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Em 15 de abril de 1581, Felipe II, rei da Espanha, ganhou a parada e usurpou do trono de Portugal, então vago desde o sumiço misterioso do monarca lusitano, Dom Sebastião I, em 4 de agosto de1578, na batalha de Alcácer-Quibir (Marrocos). Boatos circulantes diziam que o jovem rei português – com 24 anos, solteiro e sem filhos – não teria sido morto em batalha, mas raptado e mantido preso nalguma masmorra escondida. Esse cárcere secreto teria se estendido por mais três anos, quando enfim morreu.

IBÉRICOS EM GUERRA

Portugal viveu um período de luta entre a nobreza em disputa pela coroa. O rei espanhol tinha parentesco com a dinastia portuguesa, sendo primo distante do desaparecido, mas outras cabeças genuinamente lusitanas estavam em melhores posições para substituir o sumido Dom Sebastião, como Catarina de Portugal, Duquesa de Bragança, e Dom António, Prior do Crato. No meio desse debate sucessório, Don Felipe II, El Rey de España usou um argumento definidor: despachou um poderoso exército, sob o comando do implacável III Duque de Alba (Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel) e destroçou as forças portuguesas que tentaram resistir. Assim, Felipe II de Espanha passou a ser também Felipe I de Portugal, sobrepondo as duas coroas no próprio quengo.

GUERRA HERDADA

Na época, a Espanha era um dos mais poderosos impérios do ocidente. Felipe II reinava também sobre a Sardenha, Sicília e Holanda e todas as colônias espanholas além-mar, ostentando ainda o título honorífico de rei-consorte da Inglaterra e Irlanda. Mas sofreu um duro revés três meses depois de ter jantado Portugal, pois os holandeses declararam sua independência em 26 de julho de 1581, iniciando a “Guerra dos 80 anos” – e sobrou pra quem? Os flamengos, amigos dos portugueses e inimigos dos espanhóis, invadiram o Nordeste brasileiro como retaliação à coroa espanhola, em 1626, e aqui ficaram até 1654.

FIM DO DOMÍNIO ESPANHOL

Portugal, Brasil e Algarve só se livraram do cabresto espanhol seis décadas depois que Madri engoliu Lisboa. Os lusitanos fizeram, enfim, no fio da espada, a Restauração Portuguesa em 1640. E os holandeses, que haviam investido bastante no Nordeste em 28 de administração, foram ficando para garantir que os devedores honrassem seus compromissos. O calote, entretanto, demorou, mas não faltou: Para não pagar suas dívidas para com a Companhia das Índias Ocidentais, os senhores de engenho nordestinos formaram uma reforçada milícia e expulsaram a guarda holandesa (finalizada na famosa Batalha dos Guararapes). Para evitar que a Holanda mandasse seu exército de verdade para retomar o Nordeste de uma vez por todas, o reino português indenizou os flamengos com uma fabulosa quantidade de ouro brasileiro (66 toneladas) – conforme relata o historiador Evaldo Cabral de Mello em sua obra “O Negócio do Brasil”.

Leia mais:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sebasti%C3%A3o_I_de_Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_de_Portugal,_Duquesa_de_Bragan%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_%C3%81lvarez_de_Toledo_y_Pimentel