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Oncologista do Hospital Sírio Libanês explica que o atraso no diagnóstico diminui as chances de cura da doença

Embora o câncer colorretal – também chamado de câncer de intestino – seja o terceiro tipo de neoplasia mais comum em homens e mulheres, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou uma queda de 47% no volume de diagnósticos realizados, em 2021, quando se compara os dados ao ano anterior. Com apenas 17.983 casos identificados no último ano, o SUS teve o menor patamar dos últimos 4 anos, quando diagnosticou 17.971 indivíduos, em 2017. Os dados forma reunidos pela equipe do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.

O câncer colorretal engloba a presença de tumores malignos em órgãos do sistema digestivo, como intestino grosso (cólon), reto e ânus. “A redução do número de casos novos é uma consequência direta da diminuição do número dos exames de rastreio executados no período, e gera um prejuízo direto nas chances de cura, uma vez que propicia risco de diagnóstico de tumores em fases mais avançadas”, explica Fernanda Capareli, oncologista do Hospital Sírio-Libanês.

Mudança de hábitos na pandemia

A médica alerta que o risco de desenvolver esse tipo de tumor foi agravado por mudanças de hábitos de vida durante a pandemia, que incluíram aumento de consumo de alimentos processados e carne vermelha, aumento do sedentarismo, aumento do consumo de bebidas alcóolicas, como mostram indicadores da OMS e de pesquisas realizadas em diferentes países.

Desde 2017, quando se observou um aumento importante no diagnóstico de câncer colorretal, órgãos nacionais de saúde intensificaram medidas de conscientização da população acerca desse tipo de tumor, com ênfase nas diretrizes de prevenção primária e medidas de diagnóstico precoce.

O que observamos na pandemia foi que o medo de contrair Covid-19 levou ao adiamento de exames de rastreio e, consequentemente, redução da detecção precoce da doença. Na prática, a redução dos cuidados gerais com a saúde associado a menor execução de exames de rastreio podem gerar um aumento significativo no número de casos novos de câncer colorretal, em um futuro próximo, com potencial impacto em todo o sistema de saúde”, alerta Capareli.

O câncer colorretal é tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande dos tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.

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