Um debate indispensável, contemporâneo e urgente

PARA AMANHÃ, QUINTA-FEIRA,13, está anunciada uma palestra do professor-doutor João Carlos Kfouri Quartim de Moraes. No portal.dados.unicamp.br seu resumo Lattes relata: “Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo (1964), graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1964), licenciou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1964) e doutorou-se (Doctorat D’État en Science Politique) na Fondation Nationale de Science Politique da Academia de Paris (1982). Foi professor titular da Universidade Estadual de Campinas de 1982 a 2005. Após aposentar-se, retomou as atividades docentes na condição de professor colaborador voluntário na mesma Universidade. Desenvolveu pesquisas e publicou artigos e livros nas áreas de história da filosofia antiga, teoria política, materialismo, marxismo, instituições brasileiras etc.”

QUARTIM DE MORAES VEM para Alagoas a convite da Fundação Maurício Grabois para fazer uma exposição sobre o tema “Imperialismo Hoje: Conjuntura Internacional”, onde discorrerá sobre o pensamento leninista na contemporaneidade. Na ocasião será lançado o livro “Lênin, um século depois – Teoria e História”, coletânea de textos editada por Sérgio Barroso, médico formado pela nossa Uncisal e doutor em Economia pela Unicamp. O evento, coordenado pelo professor Carlos Muller, presidente da FMG/AL, terá lugar no Teatro de Arena, vizinho ao Teatro Deodoro, centro histórico de Maceió, às 18 horas do dia 13, quinta-feira. Entrada franca. Faz parte de um esforço essencial nos tempos em curso: retomar o estudo, no mais alto nível, de temas culturais, políticos, econômicos e ideológicos. Missão de primeira necessidade, em caráter urgente urgentíssimo, pois o empobrecimento do debate intelectual é um desastre contemporâneo de grandes proporções. A luta de ideias não pode ser isolada na Academia, nem muito menos seguir centrada – para o grande público – nos duelos de posts, travados por influencers, por sua vez norteados pela inundação de fake news na comunicação de massas.

NÃO PODEM AS CORRENTES de pensamento com responsabilidades éticas e transformadoras serem puxadas para o universo ligeiro da desalfabetização intelectual promovido pela extrema-direita, como a tenebrosa escolinha do finado professor Olavo. Elevar o nível de formação, debates e abordagens é uma tarefa antifascista que envolve militâncias dos mais amplos segmentos democráticos. E essa tragédia da predominância da ignorância, da mentira, e do nível radicalmente raso no debate não é um problema apenas brasileiro – prova cabal disso é o exemplo estadunidense, onde Trump, Musk, Bannon – e outros luminares globais de um imperialismo da desinformação – ressuscitam teses (altamente eficientes) sistematizadas e praticadas por Paul Joseph Goebbels entre 1933 e 1945, no III Reich. Ressurge do túmulo a máxima do ministro da propaganda de Hitler, numa versão atualizada nas redes antissociais: “uma mentira curtida por meio milhão de likes vira verdade”. Para combater à altura esse gangsterismo ideológico, não basta entender os formatos apropriados para as mídias digitais, mas – antes de tudo – compreender os conteúdos das principais polêmicas do momento.

COMPAREÇA À PALESTRA – se o tema lhe tocar de alguma forma, mesmo que seja na mais leve curiosidade. O imperialismo não é peça de museu, segue ativo e destrutivo, atualizou-se e ameaça, como dantes, o mundo com a mais letal desumanidade, tal qual nos períodos imediatamente anteriores às primeira e segunda grandes guerras mundiais. Sair do desconforto das redes sociais é um gesto em defesa da sobrevivência do saber e da pluralidade do pensar. Amplie seus horizontes de conhecimento. Aposte nisso.

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