Nos últimos tempos, o metapneumovírus humano (HMPV) tem se destacado por seu aumento significativo nos casos registrados, especialmente no norte da China. As autoridades locais têm alertado a população sobre o aumento da transmissão, principalmente entre crianças, e a necessidade de reforçar medidas de saúde pública e higiene. No entanto, desmentiram rumores sobre hospitais superlotados e tranquilizaram a população quanto à possibilidade de uma nova pandemia em escala semelhante à da covid-19.
O que é o metapneumovírus (HMPV)?
O metapneumovírus humano é um vírus respiratório que causa sintomas semelhantes aos de um resfriado comum, mas também pode levar a quadros mais graves, como bronquite e pneumonia. Embora tenha sido identificado pela primeira vez na Holanda em 2001, o HMPV tem circulado amplamente em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, desde sua descoberta. No país, sua prevalência tem variado entre 19% e 50%, dependendo da região, afetando tanto adultos quanto crianças.
De acordo com o virologista Flavio Fonseca, professor do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o metapneumovírus não é uma ameaça nova e, apesar do recente aumento de casos, as chances de o vírus causar uma pandemia similar à covid-19 são mínimas. Isso se deve à imunidade já existente na população mundial, que se formou ao longo do tempo, além de o HMPV não ser tão contagioso quanto o Sars-CoV-2, responsável pela pandemia de 2019.
Sintomas e transmissão do HMPV
Os sintomas mais comuns do HMPV incluem tosse, febre, congestão nasal e falta de ar. Em casos mais graves, a infecção pode evoluir para bronquite ou pneumonia. A infecção é mais prevalente nos primeiros anos de vida, e reinfecções são comuns. A transmissão ocorre principalmente por secreções respiratórias expelidas ao tossir ou espirrar, além do contato pessoal próximo, como apertos de mão, ou ao tocar superfícies contaminadas.
Embora os sintomas geralmente sejam leves, como os de um resfriado comum, pessoas mais vulneráveis, como crianças, idosos e indivíduos com sistema imunológico comprometido, estão mais suscetíveis a complicações graves. A infecção tem um período de incubação de 3 a 6 dias, com a duração da doença variando conforme a gravidade dos sintomas.
O que se sabe sobre a atual alta de casos?
Apesar do aumento de casos na China, especialistas destacam que a situação não apresenta risco imediato de uma nova pandemia global. A maior parte das infecções tende a ser leve, com poucos casos graves. “Embora existam algumas infecções mais graves, a maioria dos pacientes apresenta sintomas leves e recupera-se sem complicações”, afirma Fonseca.
A situação em questão está sendo cuidadosamente monitorada, e a possibilidade de uma mutação do vírus que o torne mais perigoso está sendo investigada. No entanto, os virologistas apontam que a maior preocupação atual está relacionada à vigilância em saúde pública, especialmente após a experiência global com a pandemia de covid-19.
Prevenção e tratamento
Atualmente, não existem vacinas ou tratamentos antivirais específicos para o HMPV. O tratamento geralmente se concentra no alívio dos sintomas, como o controle da febre e da dor, com medicamentos como paracetamol e ibuprofeno. Em casos mais graves, o uso de corticosteroides, como a prednisona, pode ser recomendado para reduzir a inflamação e melhorar a respiração.
Embora o metapneumovírus seja um problema significativo de saúde respiratória, principalmente para as populações mais vulneráveis, os especialistas afirmam que a situação exige vigilância, mas sem pânico. O aumento de infecções não indica, por enquanto, uma nova crise de saúde global. A chave para o controle da disseminação do HMPV continua sendo a adoção de boas práticas de higiene e saúde pública, além do monitoramento contínuo da evolução do vírus.
Por Redação