Fraude só aconteceu a partir do acesso ao sistema previdenciário feito com equipamento chamado de ‘chupa-cabra’
A investigação da Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Reatividade, detectou que 2.459 benefícios previdenciários foram reativados indevidamente em Alagoas, a partir do acesso ao sistema do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) feito com equipamentos popularmente conhecidos como “chupa-cabras”.
De acordo com a PF, essas reativações fraudulentas iriam gerar um prejuízo de R$ 105.270.252,20 em pagamentos, sendo que o INSS conseguiu impedir o recebimento de R$ 102.629.563,13, de forma que o prejuízo efetivo identificado na investigação chegou a R$ 2.640.689,07.
A operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (19), com suporte da Coordenação de Inteligência da Previdência Social, e vai entrar em uma nova fase: análise dos materiais apreendidos no município de Penedo, no interior de Alagoas, e na cidade de São Paulo (SP). Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.
Os investigadores averiguam se há vigilantes da Previdência Social envolvidos no esquema, mas adiantam que há pessoas de Alagoas e de São Paulo. Durante o trabalho de monitoramento operacional de benefícios, o INSS constatou que os benefícios foram reativados a partir do acesso indevido proporcionado pelo equipamento instalado na Agência de Previdência Social de Penedo.
As fraudes foram identificadas no final de 2022, a partir de informações repassadas pelo INSS. Os ‘chupa-cabras’ possibilitaram o acesso aos sistemas corporativos e a captura de informações trafegadas na rede da agência, sendo que, com essas informações, foram providenciadas diversas fraudes em benefícios previdenciários, como a reativação do pagamento de benefícios já cancelados ou extintos e a concessão de novos benefícios.
De acordo com a investigação, uma pessoa teve seu acesso às instalações da agência facilitado por um vigilante terceirizado, tendo sido responsável pela instalação de um “chupa-cabra”, por meio do qual teve acesso às informações que propiciaram a realização das fraudes investigadas.
Fonte: Gazeta Web