Veneno do escorpião levou à ereção duradoura que formou hematomas no pênis da criança e quase causou amputação no órgão.
No Marrocos, um menino de 9 anos picado por um escorpião sofreu uma reação rara ao veneno do animal. Apesar de ter atingido a criança no pé, o veneno do aracnídeo acabou indo parar no pênis do paciente, causando uma ereção ininterrupta que quase levou à amputação do órgão. O caso foi publicado na revista científica Urology Case Reports em julho.
O menino só foi levado ao hospital 12 horas depois do acidente. Inicialmente, os pais decidiram fazer tratamentos caseiros, já que a casa deles era distante do hospital.
A criança continuou sentindo dores e foi encaminhada para o centro de saúde. Além de estar com pressão cardíaca de 17 por 11 e dor no pé, os médicos ficaram surpresos com a reclamação de dores no pênis, incomuns para este tipo de acidente.
Os médicos notaram que o menino estava sofrendo um priapismo — um tipo de ereção persistente e dolorosa que pode levar a danos permanentes no pênis e até à amputação do órgão.
Segundo o estudo, este é o primeiro caso relatado na literatura médica sobre paciente pediátrico com priapismo em reação à picada de escorpião. O veneno causou a formação de bolsas de sangue no órgão, com hematomas arrocheados.
O menino recebeu soro antiescorpiônico, compressas frias no pênis e injeções no órgão para diminuir o fluxo sanguíneo na área. A criança ficou com hematomas por uma semana, mas o problema foi resolvido e ela segue com o pênis funcional.
Escorpiões e priapismo
O menino foi picado por um Buthus occitanus, um escorpião-amarelo do Oriente Médio, muito diferente biologicamente do escorpião-amarelo que circula no Brasil.
O priapismo causado por picadas é raro em pacientes atingidos por qualquer escorpião. Cerca de 30 mil pessoas são picadas por escorpiões asiáticos a cada ano, mas o caso do menino marroquino foi o primeiro documentado com o problema no pênis.
Segundo a Secretaria de Saúde de Santa Catarina, em casos raros, o escorpião brasileiro também pode causar priapismo — este sintoma, porém, surge apenas em quadros graves em que o paciente corre risco de insuficiência cardíaca e até óbito.
Metrópoles