Juristas e intelectuais apontam uso político da PF em operação contra governador de Alagoas

studiosos questionam, principalmente, a contemporaneidade da decisão que afastou Paulo Dantas do comando do Executivo.

Os estudiosos classificam como estranha, violenta, injustificável e inoportuna a interferência no processo eleitoral às vésperas do segundo turno

Juristas e intelectuais de diversas regiões do o país apontam para uma politização da Polícia Federal (PF), no âmbito da operação Edema, que foi deflagrada nesta terça-feira (11) e resultou no afastamento cautelar do governador de Alagoas Paulo Dantas (MDB). Os estudiosos classificam como estranha, violenta, injustificável e inoportuna a interferência no processo eleitoral às vésperas do segundo turno.

O Grupo Prerrogativas – formado por professores, intelectuais, economistas e advogados de São Paulo – se pronunciou por meio de nota, no qual, questiona a urgência da decisão de afastamento, que classificam como desproporcional. O grupo cita ainda que a decisão é injustificável e repete, segundo eles, os recentes abusos ao direito.

Os colunistas Leonardo Sakamoto e Kennedy Alencar, do portal de notícias UOL, disseram que veem a ação da PF como de cunho eleitoral. O jornalista Florestan Fernandes Jr. usou o Twitter para afirmar que a operação requenta “fatos supostamente ocorridos três anos atrás” e tem um “viés político claro”.

Em um vídeo postado em suas redes sociais, o advogado alagoano e professor da Ufal Welton Roberto defendeu que a decisão judicial não tem nenhum sustentáculo jurídico e que será revertida nas instâncias superiores. “Não tem sequer contemporaneidade, uma vez que o suposto fato é de 2017, onde o nosso governador sequer era governante do Estado e sequer figura como investigado. Tenho a tranquilidade e a serenidade de que isso será revertido nas instâncias superiores”.

O professor da Ufal e conselheiro federal da OAB-AL Fernando Falcão também condenou a operação da PF. “Como explicar aos alunos em sala de aula que a PF é polícia de Estado e não de governo? Como explicar que existem regras numa disputa eleitoral que devem garantir a isonomia entre os candidatos? Como dizer que nossas instituições públicas são confiáveis quando mostram, inequivocamente, que estão a serviço de um projeto de poder?”, questionou Falcão.

gazetaweb

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