Servidor público já havia sido preso em uma outra fase da operação em 2019. PF diz que ele voltou a comer o crime, mesmo denunciado pelo Ministério Público.
Salvador – O médico-perito que foi preso na quinta-feira (4), durante uma ação de combate a fraudes previdenciárias na Bahia, é major do Corpo de Bombeiros. Ele já havia sido detido em outra fase da Operação Pinel, da Polícia Federal, em 2019.
Operação da PF contra fraudes em benefícios previdenciários cumpre 26 mandados na Bahia; prejuízo estimado supera R$11 milhões.
O major, que é apontado como chefe do grupo criminoso, foi identificado apenas pelo prenome “Joab”. A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros e aguarda um posicionamento. O major está detido no 3º Grupamento de Bombeiros Militar, que fica no Iguatemi.
Como eram feitas as fraudes
De acordo com a investigação, a ação das fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) eram feitas a partir da simulação de doenças incapacitantes ao trabalho, a maioria delas ligadas a transtornos psicológicos, assim como no direcionamento e manipulação de perícias médicas.
Segundo um relatório produzido pela Inteligência Previdenciária, foram constatados fortes indícios de repetição do crime por parte do médico-perito, que mesmo após as ações contra ele, continuou manipulando perícias médicas.
O valor do prejuízo apurado com as fraudes é superior a R$ 60 milhões, relativos a mais de mil benefícios previdenciários fraudulentos. O médico-perito preso já foi denunciado pelo Ministério Público Federal, por participação nas outras fases da Operação Pinel.
Ele responderá pelos crimes de estelionato previdenciário, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção passiva, lavagem dinheiro, além de organização criminosa, com penas que, se somadas, ultrapassam 30 anos de prisão.
Fonte: G1