Em perfil no Instagram, médicos de AL defendem tratamento precoce para a Covid-19 criticado por entidades médicas

Médicos alagoanos participam de um perfil no Instagram denominado @tratamentoprecocebrasil , cujo intuito é divulgar perfis de profissionais que apoiam o tratamento precoce da Covid-19 no Brasil. Ao menos cinco médicos de Alagoas, de especialidades diferentes, compartilham da opinião criticada pelos órgãos oficiais de saúde e que tem ganhado espaço em discussões envolvendo a doença.

Com 13,9 mil seguidores, a página tem 153 publicações no feed onde médicos afirmam ser a favor da prescrição da hidroxicloroquina, ivermectina e outros medicamentos para “evitar” os sintomas do novo coronavírus.

“Perfil dedicado aos médicos que apoiam o tratamento precoce da COVID-19 recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil”, diz a biografia da página.

Entre os médicos, que segundo a página, apoiam e adotam o tratamento precoce contra a Covid-19 em Maceió estão: Bertine Malta, Patricia Rennée, Mary Gleyce Falcão, Rodrigo Timóteo e Cláudia Voss Vilanueva.

Nesta segunda-feira (18), internautas afirmaram que iriam denunciar a página nas redes sociais e que o perfil se tornou privado e estaria apagando algumas postagens devido à repercussão.

Apesar da biografia do perfil afirmar que o tratamento precoce é recomendado pelo Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Infectologistas (SBI) afirma ser contraindicado qualquer substância em tratamento precoce para a Covid-19.

Em nota, a SBI diz que não recomenda nenhum tratamento com qualquer medicamento, visto que os estudos clínicos realizados até o momento não comprovaram nenhuma eficácia e que o uso dos remédios também pode provocar efeitos colaterais.

“A SBI não recomenda tratamento precoce para COVID-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais. Ou seja, não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a COVID-19”, diz o comunicado divulgado na última quarta-feira (14).

Ainda segundo a SBI , “a sua orientação está alinhada com as recomendações das seguintes sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários nacionais e internacionais, como: Sociedade de Infectologia dos EUA (IDSA) e da Europa (ESCMID), Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), Centos Norte-Americanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância do Ministério da Saúde do Brasil (Anvisa)”, completa.

Também neste domingo (17), ao aprovar o uso emergencial das vacinas contra a Covid-19 no Brasil, a Anvisa destacou que não existem tratamento precoce eficaz para o novo coronavírus. 

cadaminuto

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