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Imagem da Terra tirada pelo satélite DSCOVR da Nasa, divulgada pela agência espacial americana em 2015 – NASA/AFP/Arquivos

Já se passaram cerca de 250 milhões de anos desde que animais semelhantes a répteis evoluíram para mamíferos. Agora, uma equipe de cientistas prevê que os mamíferos poderão ter apenas mais 250 milhões de anos.

Um artigo publicado pelo The NY Times, aponta que os investigadores construíram uma simulação virtual do nosso mundo futuro, semelhante aos modelos que projetaram o aquecimento global causado pelo homem durante o próximo século. Utilizando dados sobre o movimento dos continentes em todo o planeta, bem como flutuações na composição química da atmosfera, o novo estudo projectou muito mais longe no futuro.

Alexander Farnsworth, cientista paleoclimático da Universidade de Bristol, nos EUA, que liderou a equipe, disse que o planeta pode ficar quente demais para que qualquer mamífero – inclusive nós – sobreviva em terra. Os investigadores descobriram que o clima se tornará mortal graças a três fattores: um sol mais brilhante, uma mudança na geografia dos continentes e aumentos no dióxido de carbono.

Os cientistas vêm tentando há décadas prever o destino da vida na Terra. Os astrônomos esperam que o nosso Sol se torne cada vez mais brilhante e, dentro de cerca de 7,6 bilhões de anos, possa engolir a Terra.

Mas a vida provavelmente não durará tanto tempo. À medida que o Sol lança mais energia no planeta, a atmosfera da Terra aquece, fazendo com que mais água evapore dos oceanos e continentes. O vapor de água é um potente gás de efeito estufa e, portanto, reterá ainda mais calor. Pode ficar quente o suficiente em dois bilhões de anos para evaporar os oceanos.

Em 2020, o Dr. Farnsworth voltou sua atenção para o futuro da Terra como uma forma de se distrair da pandemia. Ele se deparou com um estudo que previa como os continentes se movimentariam ao redor do planeta num futuro distante.

Ao longo da história da Terra, as suas massas terrestres colidiram para formar supercontinentes, que depois se partiram. O último supercontinente, Pangea, existiu entre 330 milhões e 170 milhões de anos atrás. O estudo previu que um novo supercontinente – denominado Pangea Ultima – se formará ao longo do equador daqui a 250 milhões de anos.

O supercontinente irá piorar as coisas. Por um lado, a terra aquece mais rápido que o oceano. Com os continentes comprimidos numa massa terrestre gigante, haverá um vasto interior onde as temperaturas poderão subir.

Pangea Ultima também influenciará o clima graças à sua topografia, que incluirá vastas extensões de terras planas longe do oceano. Na Terra de hoje, a água da chuva e o dióxido de carbono reagem com os minerais nas encostas das montanhas e colinas, que depois são transportados para o mar e caem no fundo do mar. O resultado é que o dióxido de carbono é constantemente retirado da atmosfera. Mas quando a Terra se tornar o lar da Pangea Ultima, essa correia transportadora irá desacelerar.

O Dr. Farnsworth admitiu que alguns mamíferos poderiam sobreviver em refúgios nas margens da Pangea Ultima. “Algumas áreas nas periferias norte e sul poderiam ser sobreviventes”, disse ele.

Mesmo assim, ele estava confiante de que os mamíferos perderiam o domínio de que desfrutaram nos últimos 65 milhões de anos. Eles poderiam ser substituídos por répteis de sangue frio que tolerassem o calor.

Wolfgang Kiessling, cientista climático da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, que não esteve envolvido no estudo, disse para o jornal NY Times que o modelo não levou em conta um fator que pode significar muito para a sobrevivência dos mamíferos: o declínio gradual da calor escapando do interior da Terra. Esse declínio pode levar a menos erupções vulcânicas e a menos dióxido de carbono na atmosfera.

“Os mamíferos podem sobreviver um pouco mais do que o modelado”, disse ele – talvez 200 milhões de anos, mais ou menos.

istoe