Drive da cocada é parada obrigatória no Litoral Sul de Alagoas

Inaugurado em 2019, Espaço Cocada Cultura deu mais conforto e segurança às profissionais 

As cocadas da Massagueira são uma delícia. Tem a tradicional de coco, coco queimado, doce de leite, leite condensado, goiaba, maracujá, amendoim e tantos outros sabores. Quem vai para as praias do Litoral Sul de Alagoas, na maioria das vezes, não resiste em dar uma paradinha no drive da cocada para adquirir o produto, que é consumido logo na viagem ou levado para casa para esticar o prazer de degustá-lo.

As iguarias fazem sucesso entre turistas e nativos, Larissa da Silva que o diga, ela comercializa o produto desde a inauguração do espaço Cocada Cultura em 2019, um local amplo e construído para dar mais conforto e segurança aos profissionais.

“As vendas melhoraram bastante depois que saímos da margem da rodovia para o espaço. Os clientes ficam mais à vontade e podem desfrutar das delícias que fazem sucesso entre os alagoanos e turistas”, disse Larissa.

“Além das cocadeiras, as artesãs da Massagueira também contam com o espaço digno e seguro para comercializar os tradicionais doces, como a cocada e a broa. Agradecemos a Prefeitura de Marechal Deodoro pelo feito”, acrescentou a cocadeira.

O gráfico Fabiano Maia não perde a oportunidade de comprar umas cocadas todas as vezes que seu destino é a Barra de São Miguel. “A gente não resiste, sempre paro, compro e vou comendo já no carro e levo umas para casa. O espaço ficou mais organizado e acaba também atraindo os turistas. O município só tem a ganhar com o investimento”, ressaltou.

Inaugurado em maio de 2019, o local conta com estacionamento para 40 ônibus de turismo, possibilitando que os turistas possam comprar os doces quando visitam o Litoral Sul do estado.

O espaço é dividido em 38 boxes, sendo 30 para cocadeiras e oito para artesãs, e ainda conta com um palco para apresentações culturais. “Tem uma rotatividade no espaço, são cerca de 50 turistas em cada ônibus que podem descer e comprar os produtos”, disse a Prefeitura de Marechal Deodoro por meio da assessoria de comunicação.

“As cocadeiras também forneciam os doces para a merenda escolar das unidades educacionais do município, como sobremesa. Atualmente as cocadeiras trabalham também com muitas encomendas para hotéis e lembrancinhas, algo mais independente com elas e o público, sem a interferência da prefeitura”, explicou.

“O município auxiliou no sentido de abertura de linhas de crédito e apoio do Sebrae para a aquisição de fogão e geladeira novos, entre outros equipamentos para a produção domiciliar. A prefeitura teve esse cuidado de padronizar os produtos para que ninguém se sobressaísse, além de capacitações para o reaproveitamento de alimentos que antes eram jogados fora, por exemplo, faziam a cocada de banana e depois jogavam a casca fora, hoje fazem outro tipo de doce para comercializar no espaço”, detalhou.

Ainda conforme a assessoria, foi iniciado um projeto para instalação de uma cozinha industrial para as cocadeiras, mas a obra foi embargada por falta de recursos por parte do Governo Federal. “Por conta da Covid a prefeitura priorizou a saúde, mas estamos tentando retomar”, observou.

O Cocada Cultura fica aberto todos os dias, de segunda a domingo, das 9h às 17h. No local, são comercializados doces, a exemplo das cocadas, broas, brasileiras, suspiros, entre outros. Já as artesãs vendem as rendas e bordados mais tradicionais do município como o filé e o crochê.

Cocadas da Massagueira são reconhecidas como Patrimônio Imaterial de Alagoas

As cocadas da Massagueira, produzidas no polo gastronômico de Marechal Deodoro, Região Metropolitana de Maceió, receberam o título de Patrimônio Imaterial de Alagoas. O registro foi aprovado, por unanimidade, pelo Conselho Estadual de Cultura em reunião ordinária e publicado no Diário Oficial do Estado em agosto do ano passado.

O doce feito de coco e açúcar são considerados referência histórica e cultural da Região Metropolitana. Após o reconhecimento como patrimônio imaterial, o modo de fazer as cocadas vai ser registrado no Livro de Registro do Patrimônio Cultural de Alagoas, na categoria I “saberes”, ao lado dos outros patrimônios da gastronomia, como o Camarão do Bar das Ostras, o Doce de Caju de Ipioca e o filé de sururu.

O estudo que embasou a aprovação foi coordenado pela pesquisadora do Projeto de Educação Patrimonial de Marechal Deodoro, a arquiteta Josemary Ferrare.

“Levados pela singularidade do modo de fazer dos doces de coco em quadros, denominados ‘cocadas’, na área da Massagueira, e pela percepção da sua apropriação entre a comunidade mais local e pelo reconhecimento enquanto referência cultural em todo o município e, até além dele, optou-se pela construção de um dossiê que assim o registrasse, elegendo-se como objetivo geral da pesquisa”, diz um trecho da pesquisa.

TRIBUNA HOJE

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