A violência deixou as grotas e agora está dentro da nossa casa

Se os anos 60 e 70 foram da dance music e do Rock n’ Roll,

os anos 80 do Pop Rock, das discotecas e Michael Jackson a nos encantar,

a partir dos anos 90, logo após a propagada redemocratização, o Brasil começou a afundar.

A culpa não é só da Rede Globo, como os esquerdistas alienados do PT dizem. A responsabilidade deve ser creditada a nós, que reclamamos do vizinho e esquecemos de olhar para o que acontece dentro de casa.

Para quem nasceu e cresceu no interior, como eu, os bate-bola no meio da rua e os bate-papo na porta de casa eram sagrados. Pais e filhos tinham compromissos diferentes, geralmente ao mesmo tempo. A integração das famílias já não existe mais. Assim como a tranquilidade e a harmonia dentro dos lares, pelo Brasil a fora.

Já não se fazem mais refeições em família e, ainda dentro de casa, os filhos já não pedem a bênção dos pais.

Se na sua casa está acontecendo este fenômeno, não coloque as mãos na cabeça, porque a crise moral e social é muito mais preocupante que a econômica – todos sabemos disso.

Sou CSA e Flamengo, mas não sei dizer quem são os titulares das duas equipes que amo. Deixei de ir ao estádio com frequência por causa da violência. Eu e milhões pelo país já não sabemos nem quem são os 11 titulares da Seleção Brasileira. Você sabe?

Perdemos, não só as referências, como deixamos de lado os princípios morais cultivados até a geração dos nossos avós.

Sobre a violência das ruas, que tanto preocupa as ditas classes sociais, o discurso míope, preconceituoso e racista de que PRETO, PROBRE E PUTA não têm valor na sociedade, acabou.

Os filhos dos brancos, ricos e bem estruturados fumam o mesmo crack que a turma da favela. Também roubam os mesmos carros, motos e até a mão armada que os mesmos das grotas. O problema não está no vício, mas nos princípios que estamos dando aos nossos.

Quer saber tudo sobre violência, ligue a TV – em qualquer canal – ou acesse os sites de notícias. Já não há mais espanto com o que será mostrado – mortes violentas, acidentes fatais, tráfico, assaltos, roubos, explosão de carro forte, banco e agência dos correios e prisões por algum delito. No noticiário internacional os destaques são, diariamente, os ataques terroristas ou com armas químicas.

É isso que assistimos, lemos e damos valor. De tanto batermos na mesma tecla – como água mole em pedra dura, que tanto bate até que fura – plantamos vento, como sendo uma nova espécie de sociedade.

Os políticos, para não deixar de falar neles, não nos representam há décadas, mas eles estão aí e vão permanecer até que morram ou não tenham mais condição motora para agir.

Ainda sobre violência nas ruas – você se sente inseguro? Pois é, a insegurança é o reflexo de tudo. Você fica inseguro em casa, quando sai, quando o filho sai e, mais ainda, quando está voltando para casa. E o que você faz ao amanhecer? Certamente a primeira coisa deve ser consultar o Whatsapp, Facebook, Twiter, algum site, até chegar a tv. Não há reflexão como primeira atitude. É tudo pelo momento.

Como o caso envolvendo o ator José Mayer e uma figurinista da Globo, com direito a Hashtag #MEXEUCOMUMAMEXEUCOMTODAS (mexeu com uma mexeu com todas). Tudo papo furado de momento.

Por que não falam das estatísticas oficiais de violência doméstica, com esmagadora maioria partindo de dentro de casa? E o famoso teste do sofá na Globo, por exemplo, porque não há cobrança?

É preciso que se plante bons frutos para que as próximas gerações colham algo que preste, porque o vento que sopra está sujando a minha e a sua casa.

A violência que sofremos e que nos amedronta é a moral e a social. A violência das ruas é fruto das sociedades alienadas e maus gestores. A base da crise é por aí.

Preocupe-se com a violência das ruas, mas você só será notado quando a má notícia chegar à sua porta.

Preocupe-se, porque o conceito de família também está morrendo.

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