“Alagoas registrou mais mortes por chikungunya do que por dengue”, alerta infectologista

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Fernando Maia, infectologista

Os meses de dezembro e janeiro são caracterizados não só pelo aumento da temperatura por causa do verão, mas também cresce a circulação de pessoas em locais públicos, o que pode aumentar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) os últimos registros coletados até dezembro apontaram o crescimento de casos de zika, onde em 2015 foram identificados 335 casos e em 2016 subiu para 8.012.  O mesmo aumento houve referente à chikungunya com 2.476 registros em 2015 e aumentando para 18.108 casos em 2016.

Já a dengue, deu uma recuada de quase 10 mil casos, havendo registrados 31.747 em 2015  e 21.735 em 2016.

O médico infectologista do Hospital Escola Helvio Auto (HEHA) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Fernando Maia, revela que “neste ano 2016, tivemos mais mortes por chikungunya do que dengue, primeiro por tratar-se de um vírus agressivo, com potencial de provocar quadros incapacitantes por períodos longos (artralgia incapacitante) e ainda grande capacidade de evoluir para outras complicações, como pneumonia”.

Devido à forte incidência que este período proporciona, o infectologista aponta que qualquer pessoa com quadro de início súbito de febre alta e dor articular é suspeita de chikungunya.  Diante desse quadro, a recomendação é “primeiramente repouso, hidratação abundante e antitérmico ou analgésico, sendo recomendado dipirona ou paracetamol”, aponta Maia.

O infectologista alerta ainda que “antinflamatórios são formalmente contra indicados nessa fase”.

COMBATE

Para evitar a proliferação do vetor de doenças como a zika, dengue e chikungunya as medidas são simples aponta o médico, destacando que o mais importante é intensificar o combate ao mosquito.

Medidas simples que cada pessoa pode ter em sua residência como manter caixas d’água tampadas, evitar acúmulo de água e manter o ambiente limpo podem evitar o crescimento das larvas.

A população precisa estar ciente que as atitudes individuais são as mais importantes na luta contra o Aedes aegypti uma vez que o ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias.

DADOS

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou, até 10 de dezembro, 211.770 casos prováveis de Zika, o que representa uma taxa de incidência de 103,6 casos a cada 100 mil habitantes. Foram confirmados laboratorialmente, em 2016, seis óbitos por vírus Zika no país. Em relação à dengue, foram notificados 1.487.673 casos e 906 mortes. Também entre janeiro e 10 de dezembro, o MS registrou 263.598 casos prováveis de Chikungunya e 159 óbitos pela doença.

Os estados de Alagoas e Bahia apresentaram, no ano de 2016, as maiores proporções de óbitos em relação ao total de chikungunya com uma taxa de incidência de 17,7 casos/100 mil habitantes.

 

fonte : cadaminuto

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