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chuva_de_dinheiroAo longo de minha vida, pautado numa formação de conceitos militares positivos, legado de meu pai, busquei em tudo que fiz seriedade e honestidade. Apesar de aparentemente levar a vida brincando e fazendo galhofa das coisas e dos amigos próximos, nos assuntos que dizem respeito ao trato da coisa pública sempre os encaro com muito respeito.

No processo eleitoral, por ser a chance de escolher representantes que irão dar destino ao nosso dinheiro, ganho com muito sacrifício e suor e entregue graciosamente para que seja utilizado para nossos irmãos, tenho uma preocupação maior. Cheguei a participar diretamente do processo eletivo e hoje, com as chuteiras penduradas, me sinto um tanto frustrado por não vislumbrar mudança alguma na política e no modo de encará-la por grande parte da população.

Mas, se me permitirem, continuarei na luta para ver florescer uma política mais próxima de homens de conduta ilibada e bem longe dos alcunhados de corruptos, trapaceiros e enganadores. O difícil é distinguir quem tenha hoje maior identidade com os honestos, se políticos ou eleitores. Sem hipocrisia de minha parte, definir o corrupto hoje fica difícil, principalmente quando ao se pedir o voto para algum postulante de cargo eletivo houve-se com freqüência a indagação do quanto o candidato está pagando.

Parece não ter surtido efeito as propagandas para que o eleitor não venda o voto, pois o que temos visto é a institucionalização dessa prática. Hoje se aposta nos que serão eleitos pelos recursos que dizem ter para investir na campanha e na compra de voto. Provar esse crime eleitoral é quase impossível. Reduzi-lo ainda mais, mesmo com a nova legislação.

Para tentar mudar esse quadro de corrupção se não institucionalizada, mas aceita por todos, só me restou a idéia de que o valor do voto deve ser ampliado. A “oncinha” perderia seu lugar para a “garoupa”. Não apenas uma, mas duas ou três “garoupinhas” como valor base para um voto. Se não tornasse essa prática eleitoral mais honesta, o aumento do valor do voto para valores mais próximos do inconcebível poderia encaminhá-la a se tornar fadada a sucumbir, mais pelo astronômico valor que uma campanha previamente vitoriosa alcançaria do que pelos conceitos morais. A idéia pode ser estapafúrdia, mas diante das decepcionantes tentativas de tornar o eleitor mais ético poder-se-ia tentar fazer o político impotente para continuar no crime ou, o que seria trágico, dar oportunidade tão somente aos mais abastados, com mais recursos e mais apadrinhados. Os bons sucumbiriam definitivamente e se instalaria definitivamente o caos.