“Não bastasse a comprovada falta de atividade empresarial e consequente rentabilidade, se mostra evidente ainda a inexistência de patrimônio – próprio da devedora – capaz de gerar capital que possa fazer frente ao vultoso passivo constituído”.
O juiz destacou ainda o fato de a própria Galileo reconhecer não ter a estrutura necessária para garantir as condições financeiras capazes de aprovar o plano de recuperação judicial, em razão das ações judiciais sobre a propriedade dos bens imóveis da UniverCidade e da Universidade Gama Filho, que seriam utilizados como garantia para pagamento dos credores.
“Restou fulminada a possibilidade do soerguimento da sociedade empresária, haja vista ter sido agora reconhecido pela própria devedora, a inviabilidade legal e técnica da aprovação do Plano de Recuperação Judicial, diante do fato de que a principal solução de mercado nele constituída – venda de ativos das sociedades por ela mantidas para pagamento de créditos comuns – se mostra inverossímil.”
O juiz Ferreira Viana determinou ainda que seja expedido mandado de verificação e lacração dos estabelecimentos dos devedores, devendo o oficial de Justiça apurar se há risco para execução da etapa de arrecadação ou para preservação dos bens da massa falida ou dos interesses dos credores.
Instituições descredenciadas
A Universidade Gama Filho e a UniverCidade foram descredenciadas pelo Ministério da Educação em janeiro de 2014 devido à baixa qualidade acadêmica, ao grave comprometimento da situação econômico-financeira da mantenedora, o Grupo Galileo, e à falta de um plano viável para superar o problema, além da crescente precarização da oferta da educação superior.
Os alunos da instituição foram transferidos para outras instituições, como a Estácio de Sá (Unesa), Universidade Veiga de Almeida (UVA) e Faculdade de Tecnologia Senac Rio (Fatec), mas os ex-alunos da Gama Filho e da UniverCidade enfrentaram problemas na obtenção de documentos e para obter o diploma.
fonte:Agência Brasil