Mototaxista alagoano é enterrado no RJ; garupa da moto foi identificado

Jhonathan Muniz Pereira, de 23 anos, estava na garupa da moto dirigida pelo mototaxista Edvaldo Viana, de 41 anos.

A Polícia Civil identificou o segundo homem morto na Cidade de Deus após uma abordagem da Polícia Militar na noite de terça-feira (18). Jhonathan Muniz Pereira, de 23 anos, estava na garupa da moto dirigida pelo mototaxista alagoano Edvaldo Viana, de 41 anos.

Na manhã desta quinta-feira (20), a mãe de Jhonathan foi fazer a liberação do corpo. Segundo a família, ele trabalhava com reciclagem e nunca teve nenhum envolvimento com tráfico de drogas. A mãe só soube que ele havia morrido na tarde de quarta-feira (19).

O enterro de Edvaldo foi nesta quinta-feira (20), no Caju, às 15h. O velório começou às 12h.

No Instituto Médico Legal, amigos e a família de Jhonathan lamentaram a morte e reforçaram que ele não tinha ligação com o crime.

“Ele não andava armado. Ele tem casa, ele tem mãe, ele tem família. Ele não andava armado. Eu já andei com ele. Eu jamais andaria do lado de uma pessoa que anda assim”, afirmou Beatriz Costa, amiga da família. “Erraram, gente, erraram”, disse ela, emocionada.

“Eu só quero Justiça. É a única coisa que eu quero. Eu sei que é todo mundo que pede: eu quero justiça, eu quero justiça. Mas é o que a gente pode fazer”, disse um parente de Jhonathan.

Além de alegar que o mototaxista Edvaldo Viana, de 41 anos, estaria armado, os policiais envolvidos na morte do homem na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, também relataram na delegacia que a arma teria sido furtada por “cracudos” – termo pejorativo que se refere a dependentes químicos de crack.

Testemunhas, entretanto, contaram que Edvaldo e o passageiro foram mortos na terça-feira (18) à noite após o mototaxista fazer uma “bandalha” (manobra ilegal) e, em seguida, ser abordado pelos PMs. Os relatos dizem que, mesmo parando a moto, Edvaldo e o carona foram baleados.

Logo após as mortes, vídeos associados ao caso foram compartilhados em redes sociais. Em um deles, os PMs são gravados arrastando os corpos dos dois homens. Não havia outras pessoas perto.

Nesta quarta-feira (19), familiares de Edvaldo afirmaram que o homem é inocente e negaram que ele tivesse qualquer arma. Também nesta quarta, dezenas de mototaxistas saíram do local onde Edvaldo trabalhava, na favela da Tirol, na Freguesia, e partiram em direção à Cidade de Deus, em protesto.

Arma ‘furtada’

Ao depor sobre o caso na Delegacia de Homicídios, os PMs alegaram que a arma que supostamente estaria com Edvaldo foi levada por “cracudos” – dependentes químicos que costumam ficar na região onde ocorreu a abordagem.

Na versão dos policiais, que são lotados no 18º Batalhão (Jacarepaguá), por volta das 18h50 de terça a equipe patrulhava a área quando viu duas pessoas em uma moto saindo de um local conhecido como “13” ou “Tijolinho”.

Na sequência, eles afirmaram que o piloto da moto sacou uma arma com a intenção de atirar nos PMs. Os policias disseram que revidaram e, depois, foram alvo de disparos de criminosos do Tijolinho. Segundo o relato, os PMs se protegeram e pediram reforços.

Depois que a situação acalmou, os PMs contaram ter encontrado os feridos “cercados de pessoas viciadas em crack (cracudos)”, e que a arma que supostamente estava com Edvaldo foi levada.

Os PMs afirmaram, ainda, ter tentado socorrer o mototaxista e o passageiro para o Hospital Cardoso Fontes, mas que eles não resistiram aos ferimentos e morreram.

Fonte: G1

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