O combate aos crimes cibernéticos ultrapassou fronteiras físicas nesta quinta-feira (5), quando a Polícia Civil de Alagoas cumpriu um mandado de busca e apreensão em Marechal Deodoro. O alvo: um imóvel no povoado Barra Nova, alugado por um hacker preso no Rio Grande do Sul, suspeito de invadir e adulterar sistemas judiciais em Santa Catarina.
A operação, conduzida pela Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol) e pela Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE/DRACCO), sob o comando da delegada Bárbara Porto, revela um cenário preocupante: a crescente sofisticação de criminosos digitais que desafiam os sistemas de justiça e segurança em escala nacional.
Segundo a investigação, o hacker teria violado credenciais de servidores com múltiplos níveis de acesso, manipulando processos e falsificando documentos oficiais. Tudo com o uso de ferramentas avançadas de anonimização e camuflagem digital, capazes de dificultar rastreamento e investigações.
A escolha estratégica do imóvel em Marechal Deodoro — alugado e discreto — indica a tentativa de montar uma base operacional longe dos focos de investigação, reforçando o caráter itinerante e descentralizado das novas formas de criminalidade tecnológica.
Para especialistas, o caso expõe uma fragilidade preocupante na cibersegurança institucional brasileira, especialmente no Judiciário. Ao manipular o curso de processos legais, o hacker não apenas violou sistemas, mas também afrontou o Estado de Direito.
O material apreendido será agora periciado. A Polícia Civil continua articulando ações com outros estados, com previsão de novas diligências nas próximas semanas.