Marechal Deodoro (AL) – O principal suspeito de estuprar uma idosa de 95 anos na Ilha de Santa Rita, em Marechal Deodoro, se apresentou voluntariamente à delegacia local nesta quinta-feira (8), um dia após o crime. Com pouco mais de 20 anos e histórico de passagens pela polícia por furto qualificado e desobediência a medida protetiva, o jovem negou envolvimento na agressão sexual.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Liana Franca, o suspeito decidiu se apresentar após temer represálias da população local. O crime, que chocou moradores da região, ocorreu enquanto a vítima estava sozinha em casa. Ela é diagnosticada com Alzheimer e normalmente é assistida por uma sobrinha e pelo filho, de 53 anos, que estava fora no momento da agressão.
Segundo o relato policial, o filho da vítima encontrou a mãe em estado de choque, tremendo e pedindo ajuda ao retornar do trabalho. A idosa foi imediatamente levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois encaminhada ao Hospital da Mulher, onde recebeu atendimento médico especializado.
A investigação trabalha com a hipótese de que o autor do crime tenha se aproveitado do momento em que a residência estava desprotegida. Um dos pontos que levantaram suspeitas contra o jovem foi a mudança repentina em sua aparência: ele teria pintado o cabelo e raspado a barba e o cavanhaque ainda no mesmo dia, possivelmente tentando dificultar o reconhecimento.
“Se ele fosse inocente, não haveria razão para alterar o visual tão rapidamente”, afirmou a delegada.
Outro fator que pesa contra o investigado é o estado de embriaguez em que ele se encontrava durante a tarde da quarta-feira, período em que o crime teria ocorrido. Apesar da gravidade do caso, a polícia enfrenta dificuldades para obter depoimentos de testemunhas. Moradores da comunidade se recusaram a comentar o caso, e os familiares da vítima optaram pelo silêncio, possivelmente por medo de retaliação, já que o suspeito pode ter ligação com o tráfico local ou com facções criminosas.
Apesar de ter Alzheimer, a vítima demonstrou lembrar com clareza dos momentos de violência. “Ela não reconheceu a foto do suspeito por conta do trauma e da doença, mas descreveu que pediu socorro, gritou pelos filhos e pela sobrinha”, relatou a delegada.
As investigações continuam, e a Polícia Civil aguarda novos elementos para concluir o inquérito e, se confirmado o envolvimento do suspeito, formalizar a denúncia.