Foi confirmado na tarde desta quinta-feira (16) que o corpo encontrado em uma fossa, em uma chácara abandonada no bairro de Guaxuma, em Maceió, pertence à estudante Ana Beatriz de Moura, de 15 anos. A jovem estava desaparecida desde o dia 8 de abril. A identificação foi possível graças a um exame de DNA realizado pela Polícia Científica de Alagoas.
O resultado do teste genético, assinado pelo perito criminal Clisney Omena, revelou compatibilidade entre os restos mortais e as amostras de DNA fornecidas pela mãe e irmã da vítima. Devido ao avançado estado de decomposição do corpo, os especialistas precisaram adotar um método mais rigoroso de extração do DNA, envolvendo incubação óssea por vários dias.
“O exame confirmou, de forma inequívoca, que os restos mortais são de Ana Beatriz. Essa identificação é fundamental para o avanço das investigações e, sobretudo, para que a família possa iniciar o processo de luto”, declarou o perito, em nota oficial.
Linha do tempo do desaparecimento
Ana Beatriz desapareceu após sair do campus do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), no Centro de Maceió, com destino ao bairro de Garça Torta. Câmeras de segurança e informações colhidas por investigadores revelaram que a adolescente seguiu viagem com o auxílio de um mototaxista, após receber um pagamento via Pix.
As buscas começaram poucos dias depois do desaparecimento e se intensificaram com o envolvimento do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil. Em meio às operações, foram apreendidos dois celulares e uma peça de roupa que seria da jovem. O principal suspeito, um homem de 43 anos que teria ligação com a família da vítima, foi preso.
Segundo relatos de testemunhas, Ana Beatriz teria trabalhado como babá para familiares do suspeito. Há indícios de que ele tenha financiado a ida da jovem até a região onde seu corpo foi posteriormente encontrado.
Pressão social e força-tarefa
O caso mobilizou protestos da população e gerou forte comoção social. Em resposta, a Polícia Civil instituiu uma força-tarefa com cinco delegados especializados para conduzir as investigações, entre eles a delegada Maíra Balby, que já vinha coordenando os trabalhos desde 17 de abril.
A comissão especial inclui profissionais das áreas de combate a crimes contra crianças e adolescentes, homicídios e juventude. A expectativa é que o grupo aprofunde as apurações sobre as circunstâncias do crime e apure a eventual participação de outras pessoas.
Enquanto a família de Ana Beatriz lida com o luto, a sociedade cobra por justiça. O caso segue em investigação, agora com a certeza de que a jovem não voltará para casa – mas com a esperança de que os responsáveis sejam levados à responsabilização legal.