Na noite desta quarta-feira (14), um intenso clarão riscando o céu surpreendeu moradores de diversas cidades das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. O fenômeno, que chamou a atenção principalmente em Brasília, foi registrado por câmeras e rapidamente ganhou as redes sociais, despertando curiosidade e especulações.
De acordo com especialistas, o objeto luminoso não era um meteoro, como muitos imaginaram inicialmente, mas sim lixo espacial — fragmentos de satélites desativados ou equipamentos descartados em órbita que, ao reentrarem na atmosfera, se incendeiam devido ao atrito com o ar.
O professor Luis Cavalcante, do Planetário de Brasília, esclareceu que a velocidade e a fragmentação observadas nas imagens são compatíveis com lixo espacial. “O objeto cruzou o céu em velocidade relativamente baixa e se desfez em vários pedaços, o que indica que não se tratava de um meteoro, que costuma ter entrada mais veloz na atmosfera”, explicou.
A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) também confirmou, em suas redes sociais, que os vestígios analisados apontam para a reentrada de material oriundo do espaço — mais especificamente, detritos humanos, como partes de foguetes ou satélites antigos.
O fenômeno reacende o debate sobre o aumento do lixo espacial. Com o número crescente de lançamentos de satélites e missões espaciais, a quantidade de sucata orbitando a Terra também cresce. Para especialistas, eventos como o desta quarta devem se tornar mais frequentes.
“Infelizmente, esse tipo de ocorrência será cada vez mais comum. Estamos acumulando muitos objetos em órbita, e parte deles inevitavelmente acaba retornando”, alerta Cavalcante.
Até o momento, não há registro de danos ou impactos causados pelos fragmentos. No entanto, a falta de controle sobre a reentrada de detritos espaciais levanta preocupações sobre os riscos potenciais para áreas habitadas, mesmo que a maioria dessas estruturas se desintegre antes de atingir o solo.