Na manhã desta segunda-feira (22), um protesto protagonizado por moradores do bairro Baixa da Sapa, em Marechal Deodoro, paralisou completamente o tráfego da rodovia AL-215. O bloqueio ocorreu nas imediações do Residencial José Dias e do Loteamento Terra dos Marechais, refletindo um drama antigo e recorrente: a falta de abastecimento de água na região, que é atendida pela concessionária BRK Ambiental.
Com cartazes, pneus queimados e barricadas improvisadas, os manifestantes reivindicam providências imediatas por parte da empresa e do poder público. A mobilização, que começou nas primeiras horas da manhã, já causa impactos no tráfego e afeta principalmente motoristas que tentam se deslocar entre Marechal Deodoro e a capital, Maceió.
A Polícia Militar, por meio da 4ª Companhia Independente, estiveram no local tentando negociar com os manifestantes e garantir a segurança de todos os envolvidos. Segundo os próprios moradores, o protesto é o único caminho diante do descaso contínuo que enfrentam. “Já estamos há dias sem uma gota d’água nas torneiras. Como a gente vive assim? Isso é desumano”, disse Ana Carla dos Santos, moradora da região, visivelmente indignada.
Uma Crise Que Se Repete
A crise de abastecimento não é novidade em Marechal Deodoro. Apesar de diversas promessas da BRK Ambiental e de apelos feitos por lideranças comunitárias, o problema persiste e tem se intensificado nos últimos meses, especialmente em bairros periféricos e conjuntos habitacionais.
“A situação é crítica. Temos crianças, idosos e pessoas doentes sem o mínimo necessário para viver com dignidade. Enquanto isso, a empresa segue faturando”, relatou outro manifestante que preferiu não se identificar.
O bloqueio na AL-215 obriga os condutores a buscarem rotas alternativas. A principal recomendação da Polícia é que quem precisa deixar a cidade utilize a via do Bairro Vermelho, ainda livre de interdições.
Posicionamento da BRK e das Autoridades
Até o momento, a BRK não emitiu nota oficial sobre o protesto nem forneceu explicações sobre o desabastecimento na Baixa da Sapa.
A população, no entanto, demonstra ceticismo. “Quantas reuniões já foram feitas? E a água não chega. Precisamos de ação, não de promessas”, reforçou um dos líderes comunitários durante o protesto.