AMANHÃ, NO INSTITUTO HISTÓRICO, será realizada palestra sobre a obra de um grande artista gráfico alagoano praticamente desconhecido em sua terra natal. “Cumaé o nome dele?” perguntaria Manezinho Araújo, em sua famosa embolada. A resposta? – Manoel Messias de Melo é o nome dele.
EMERSON MAGALHÃES é o pesquisador que proferirá a conferência sobre Messias de Melo. O palestrante é mestrando em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Especialista em Educação Digital pelo Centro Universitário SENAI/SC. Graduado em Investigação Forense e Perícia Criminal pela Faculdade Estácio de Alagoas. Conselheiro do IFAL Campus Maceió. Coordenador da Biblioteca Benevides Monte (2018-2024). Orientador na Ação de Extensão “Comunicação Digital em Redes Sociais para Instituições do Terceiro Setor”. É editor-chefe do jornal Ilustratura Alagoana e vice-presidente e Produtor Gráfico do Conselho Editorial do IFAL (Biênio 2024-2026).
MESSIAS DE MELO é um dos mais importantes desenhistas de histórias em quadrinhos no Brasil. Nasceu em Maceió em 1904 e morreu em São Paulo em 1994. No ano passado, marcando as passagens do 120º de seu nascimento e 30º aniversário de sua morte, o CESMAC dedicou sua exposição coletiva “O Mundo Mágico dos Quadrinhos” a Messias de Melo, e expôs reproduções de uma seleção de seus trabalhos (cópias da coleção particular de Emerson Magalhães). Douglas Apratto Tenório idealizou o evento, reunindo 19 desenhistas alagoanos contemporâneos, que teve a organização do professor Rodrigo Guimarães, curadoria de Carol Gusmão (com este que vos escreve como chumbeta) e programação visual genial de Suel Damasceno. Aquela intrépida trupe contou com a preciosa parceria de Isadora Padilha.
ARTISTA VISUAL de grande talento, Messias de Melo era Irmão de Judas Isgorogota – Ângelo Rodrigues de Melo (1901/1979) –, poeta e jornalista alagoano de prestígio nacional, com poesias traduzidas para o francês, inglês, alemão, espanhol, italiano, húngaro, árabe, checo e lituano. O cognome “Judas Isgorogota” foi cravado quando escrevia sonetos satíricos para o periódico de humor “O Bacurau”, editado em Maceió (cujos exemplares estão preservados no IHGAL). Ângelo muda-se para São Paulo e lá arranja uma vaga de ilustrador n’A Gazeta para o irmão Messias, que chega na capital paulista em 1927.
DESDE OS PRIMÓRDIOS da imprensa, a ilustração desenhada joga grande peso editorial. Num primeiro momento, como a forma mais prática e econômica para reproduzir imagens, pois as fotografias, no final do século XIX, exigiam um processo mais demorado e mais caro. Depois, passou-se à sequência de desenhos para descrever algum fato. Ganhou vida própria. Nascia ali a “história em quadrinhos” (HQ), que adota denominações distintas em vários países como “banda desenhada” em Portugal, “bande dessinée” na França e na Bélgica (as BDs), “tebeos”, na Espanha, “comic magazine”, na Inglaterra, “fumetti”, na Itália, ou generalizada como “comics”, nos Estados Unidos – onde floresce a indústria dos “gibis”, palavra, por sinal, cujas origens nunca foram explicadas convincentemente, suspeitando-se de invenção brasileira, eternizada depois que foi usada como título de uma revista periódica criada em 1939, por Roberto Marinho, na Editora Globo (Gibi seria um menino, protagonista da publicação).
HQ É ISSO: literatura gráfica, cultura, arte, educação, história. Sobre Messias de Mello? Ah, aí você tem de ir, amanhã, ao Instituto Histórico, para assistir a palestra de Emerson Magalhães. Nem pense que algo mais será adiantado aqui. A conferência, verdadeira aula-magna, aberta ao público, começará às 10 horas da quarta-feira, 30 de abril. Auditório do IHGAL, Ladeira do Brito, Centro de Maceió. Não perca!