Um caminhoneiro aposentado, de 70 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (4) em Porto Real do Colégio, município situado na região do Baixo São Francisco, em Alagoas. A prisão foi efetuada por uma equipe do Núcleo de Investigação Especial (Niesp) da Delegacia Geral da Polícia Civil, sob a coordenação do delegado Sidney Tenório. O homem, que estava foragido desde sua condenação, foi encontrado após uma operação minuciosa realizada pelos investigadores.
O caminhoneiro foi condenado a 18 anos e 8 meses de reclusão por estupro de vulnerável, crime cometido entre os anos de 2000 e 2006, no município de Itaim Paulista, na cidade de São Paulo. A vítima, sua enteada, na época com apenas 8 anos de idade, sofreu os abusos durante um período de seis anos, até conseguir reunir coragem para denunciar o agressor.
Abusos prolongados e denúncia tardia
De acordo com o delegado Gregory Góes Siqueira, responsável pelo caso na época, o criminoso aproveitou-se da convivência familiar e da confiança da vítima e de seus familiares para cometer os abusos. “Os abusos aconteceram de forma contínua, durante vários anos, sem que a vítima pudesse se livrar dessa situação, pois era uma criança e dependia do agressor para várias questões do dia a dia”, explicou o delegado.
A vítima, após anos de sofrimento, resolveu denunciar o padrasto em 2013, e o caso foi encaminhado para a Justiça. As investigações levaram à condenação do homem, mas ele conseguiu fugir antes da prisão e passou a viver em Porto Real do Colégio, cidade onde nasceu e onde havia se escondido para evitar ser localizado.
Fuga e captura em Alagoas
Durante o período em que viveu em Alagoas, o caminhoneiro tentou se manter fora do radar das autoridades, mas a equipe do Niesp conseguiu rastrear seu paradeiro após intensas investigações. O chefe de operações Welber Cardoso destacou a complexidade do caso e o empenho da equipe. “A prisão foi resultado de um trabalho cuidadoso e detalhado. Encontramos o condenado em sua cidade natal, onde ele estava vivendo em anonimato. A Justiça foi feita, e ele agora vai cumprir sua pena”, afirmou o chefe de operações.
Após ser capturado, o caminhoneiro foi levado para a delegacia de Porto Real do Colégio, onde aguarda sua transferência para o sistema prisional em São Paulo, para que cumpra a pena de 18 anos e 8 meses determinada pela Justiça.
Impacto na vítima e sociedade
O caso, que foi encerrado com a prisão do agressor, é um exemplo da importância da denúncia de abusos sexuais, mesmo após longos anos. A vítima, hoje adulta, teve seu sofrimento reconhecido, e sua coragem em denunciar o agressor é um testemunho de resistência frente à violência.
O delegado Sidney Tenório, responsável pela coordenação da operação, ressaltou que o trabalho investigativo é essencial para garantir que criminosos como o caminhoneiro sejam responsabilizados, independentemente do tempo que passe após a prática do crime. “É fundamental que as vítimas se sintam seguras para denunciar e que a polícia esteja sempre atenta para localizar os responsáveis por crimes como esse, sem deixar que a impunidade prevaleça”, afirmou Tenório.
Este caso também é um alerta sobre a persistência da violência contra crianças e adolescentes e a necessidade de políticas públicas eficazes para a proteção e acolhimento das vítimas.
Por redação