Filho de italiano assassinado no Francês contesta versão dada por PM preso: ‘Ele atirou para matar’

Dario Campagnola diz que alegação de legítima defesa dada por José Pereira não condiz com as imagens gravadas, que mostram o empresário no chão sendo baleado nas costas.

Fabio e Dario viviam no Francês e tinham uma sorveteria italiana — Foto: Arquivo pessoal

A família do empresário italiano Fabio Campagnola, assassinado na Praia do Francês no início da semana, recebeu com indignação a alegação de “legítima defesa” dada pelo policial militar aposentado José Pereira, preso pela morte do empresário. Em entrevista ao g1 nesta sexta-feira (6), Dario Campagnola, filho da vítima, cobrou justiça.

A gente está com raiva por tudo o que se passou. Agora dizem que ele matou por legítima defesa, mas nos vídeos se vê que ele [José Pereira] atira a segunda vez nas costas para matar meu pai”, disse Dario.

O advogado Napoleão Lima Júnior, que representa o militar, diz que a inocência do seu cliente será provada no curso do processo.

Mas Dario Campagnola afirma que as imagens gravadas por uma câmera de segurança do momento do crime não deixam dúvidas sobre a culpa dos envolvidos no homicídio, citando também a companheira de Pereira como o grande pivô do crime. Karla Kassiana Vanderlei Warumby Cavalcanti foi presa logo após o crime por, segundo a polícia, ter incitado Pereira.

“Meu pai não brigou com o homem. A discussão foi entre nós e a mulher dele, que supostamente chamou o marido para resolver, já que na hora da discussão ele não estava presente. Fomos primeiro na pousada deles para conversar com ela. Achamos que o problema tivesse sido resolvido”, contou.

Segundo a investigação, Karla queria instalar um carrinho de churros na porta da sorveteria dos Campagnola, que não queriam a instalação.

Lugar pacato

Acostumado com a vida pacata em Casale Monferrato, na província de Alexandria, na Itália, Fabio escolheu o Brasil para morar. E foi a Praia do Francês, onde já estava há dez anos, o destino escolhido. As águas cristalinas e o clima tranquilo foram os atrativos principais que fizeram a família Campagnola se estabelecer em Marechal Deodoro.

“Meu pai sempre achou aqui um lugar bonito, com a praia linda e limpa. Escolheu por ser um lugar onde tem boas pessoas, por ser um lugar tranquilo”, disse o filho.

E foi em Alagoas que Fabio encontrou a mãe do seu caçula. “Ele só vivia me falando que estava fazendo de tudo para dar uma vida boa para meu irmãozinho”.

Dario diz ainda que sempre vai lembrar do pai como sendo a melhor pessoa do mundo.

“Ele aqui tinha muitos amigos, dava sorvete para todos os meninos que catavam latinhas na rua. Ele dava panettone para o pessoal que trabalhava com o lixo e todas essas coisas”, finalizou.

O crime

Fabio foi assassinado na terça (3) após discussão com José Pereira na entrada da sua sorveteria. Imagens de câmeras de segurança mostram o PM e o italiano discutindo e também o momento do assassinato. Durante a briga, o militar joga cadeiras na vítima, que reage e agride com socos e chutes o policial. Em seguida, o militar saca a arma e atira contra Campagnola.

Logo após o assassinato, o PM fugiu e só se entregou à polícia na quinta-feira em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. Ele foi encaminhado para a Academia da Polícia Militar, no Trapiche, em Maceió, onde vai aguardar preso o andamento das investigações.

A companheira do policial aposentado, Karla Warumby, teve a prisão convertida em preventiva e foi encaminhada para o Presídio Santa Luzia, também em Maceió. A defesa dela nega que ela teve participação no crime.

g1 AL

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