Contaminação no futebol

Desde o momento em que o futebol brasileiro começou a voltar com os campeonatos estaduais, a CBF trabalhou com a idéia fixa de que o Brasileirão deveria ser iniciado, dentro de um protocolo rígido, tendo como base as recomendações da área de saúde. Nesse sentido, a CBF ampliou o seu departamento médico, com o Dr. Jorge Pagura chefiando esse setor.

Começou a trabalhar o esquema da volta, com testes semanais da COVID 19 de jogadores e pessoas diretamente ligadas ao segmento, diminuição no número de gente no campo, inclusive com a redução drástica de profissionais da imprensa nessas coberturas nos estádios.

Nada disso adiantou. Entre a semana que antecedeu a rodada de abertura e a segunda rodada, quase 150 profissionais foram testados positivos. Em alguns lugares com um número pequeno, em outros, bem maior, como foi o caso do CSA, com um total de 27 pessoas, sendo 20 jogadores, 1 membro da comissão técnico e 6 pessoas de apoio.

Essa situação forçou o CSA a solicitar o cancelamento de seu segundo jogo, contra a Chapecoense, em Chapecó/SC, meio que a contra-gosto da entidade que cuida do futebol nacional.

A CBF está recomendando que os clubes com situações mais complicadas contratem jogadores ou regularizem os amadores para fechar o grupo e não suspender os jogos. Acho isso de uma indelicadeza com os clubes, com os problemas, discriminatória e uma falta de respeito aos familiares dos contaminados e aos torcedores.

Como a CBF só olha o lado financeiro do futebol, que sem dúvida é um grande negócio para a entidade, especialmente, que não torce pela paralisação das competições. Acredito que se os clubes ou entidades dos jogadores profissionais forem a justiça desportiva, a tendência é isso ocorrer.

Nas três séries promovidas pela CBF – A, B e C – temos problemas com a contaminação, culpa também da flexibilização dos decretos governamentais. Abrindo shopping, comércio, bares, restaurantes e muitas outras atividades, o futebol achou também que podia voltar.

Pela pressa para a volta, o jogo do CSA contra o Cuiabá, também foi cancelado.        

Um comentário

  1. Fernando Guerra

    Jorge Moraes, comungo literalmente com o seu entendimento. E digo mais: se o STJD for acionado e não suspender o campeonato brasileiro, em todas as suas séries, demonstrará total falta de independências, além de passar a ser o grande responsável por tudo o que vier a ocorrer com as vidas de todas as pessoas que militam no mundo do futebol, e até mesmo aqueles que não militam na área futebolística, pq estariam sujeitos à contaminação pelo efeito “cascata” de disseminação do vírus.
    Tenho impressão, inclusive, que a Justiça comum poderia ser acionada, caso o STJD mantivesse os campeonatos. Nessa hipótese, quem assim procedesse esraria – em tese, isento de punição por parte da CBF, pq o reconhecido estado de calamidade pública, decorrente da pandemia do covid-19, funcionaria como justificativa legal e como causa excludente de punibilidade.

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