Procuradores pediram semiaberto para o ex-presidente, mas Lula afirma que não aceita condições porque é inocente
m carta divulgada nesta segunda-feira (30), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não trocará ‘dignidade pela liberdade’, ao informar que pode não aceitar progressão para o regime semiaberto, solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) na última sexta-feira (27).
O advogado de Lula, Cristiano Zanin, afirmou que o petista não é obrigado a aceitar a solicitação feita pelo MPF. “O ex-presidente Lula hoje reafirmou a sua posição de que não aceita nenhuma barganha em relação a sua liberdade”, disse, afirmando que era um direto de Lula não aceitar progressão. “O estado não pode impor ao jurisdicionado nenhum tipo de condição”.
O advogado também disse que Lula não reconhece a legitimidade do processo que o condenou.
“O ex-presidente Lula não reconhece a legitimidade do processo e da condenação que foi imposta a ele pelo ex-juiz Sérgio Moro e que depois foi analisada em parte pelas instâncias superiores, a partir de elementos coletados a partir da condução do ex-juiz Sérgio Moro.”
Carta de Lula na íntegra:
“Ao povo brasileiro,
Não troco minha dignidade pela minha liberdade.
Tudo o que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pelo mal que fizeram à Democracia, a Justiça e ao País.
Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha liberdade. Já demonstrei que são falsas as acusações que me fizeram. São eles e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo.
Diante das arbitrariedades cometidas pelos procuradores e por Sérgio Moro, cabe agora a Suprema Corte corrigir o que está errado, para que haja Justiça independente e imparcial. Como é devido a todo cidadão.
Tenho plena consciência das decisões que tomei nesse processo e não descansarei enquanto a verdade e a Justiça não voltarem a prevalecer.
Curitiba, 30/09/2019.
Lula”

Trecho de carta de Lula, divulgada nesta segunda-feira (30) pela defesa do ex-presidente