Relatório de equipe interdisciplinar da comarca apontou que menores viviam em condições degradantes
A Justiça alagoana determinou, nesta terça-feira (30), que as quinze crianças e adolescentes resgatados, em situação de maus tratos e abandono, na cidade de Marechal Deodoro, no Litoral Sul de Alagoas, sejam acolhidos imediatamente. A decisão foi assinada pelo juiz Allysson Jorge Lira de Amorim, da 1ª Vara da Comarca de Marechal Deodoro.
De acordo com com um relatório elaborado por uma equipe interdisciplinar da comarca, foi identificado que os jovens viviam em situação de abandono e maus-tratos. Eles estavam sob guarda de um casal natural de Aparecida de Goiânia, em Goiás.
A Justiça também autorizou a realização de busca e apreensão nas residências do casal, a fim de encontrar documentos dos menores e materiais que comprovem qualquer tipo de violação contra os direitos dos jovens ou a prática de algum delito. Todos os jovens são filhos adotivos e viviam em casas diferentes
Segundo informações da assessoria de comunicação, o juiz Allysson Jorge informou que as investigações começaram na Justiça de Goiás, quando umas das filhas adotivas foi encontrada na rua com histórico de uso de drogas. Na ocasião, a jovem informou que não vivia em condições adequadas. Após o início das investigações, a família fugiu e o processo ficou parado por quase dois anos, enquanto tentavam localizar o casal.
“Quando soube que estavam morando na Praia do Francês, a Justiça goiana remeteu o processo para a gente e então determinei que a equipe interdisciplinar fosse lá e fizesse um relatório da situação das crianças e dos adolescentes”, explicou Alysson Jorge.
De acordo com o juiz Allysson Jorge, o pai não permitiu a entrada da equipe em todos os cômodos da casa e não quis informar onde era a outra casa em que estavam a mãe e as crianças mais novas.
“Os profissionais notaram que a casa não estava em condições adequadas de asseio e conservação, tinha muita sujeira, bagunça e perceberam algumas roupas embaladas com a possibilidade de fugirem de novo. Por isso, o Ministério Público pediu para que eu decretasse a medida de busca e apreensão das crianças para que elas fossem acolhidas na casa de passagem de Marechal em razão dessa questão de que a casa era suja, as crianças não se alimentavam adequadamente, disse Allysson Jorge”.
As crianças e os adolescentes acabaram negando os maus tratos, mas permanecerão em abrigo com condições adequadas até que seja feita a comprovação de que o casal possui condições de continuar ou não com a guarda dos menores.