Pouca gente sabe, mas Alagoas tem a eleição mais cara e previsível do país. Por aqui a capitania hereditária fincou base e se desenvolve mais que erva daninha. Já os eleitores burros de cargas só perdem em quantidade para as motos cinquentinhas, um fenômeno nacional.
Por falar em Brasil, o Estado de Alagoas também tem a eleição mais federalizada do país. Só por aqui os eleitores terão a opção de votar em Fernando Collor, o ex-presidente que pretende voltar a governar o Estado, em Renan Calheiros, que não tem outra missão de vida que não seja voltar a comandar o Congresso Nacional e Arthur Lira, que já tem a base que precisa para assumir a cobiçada Câmara dos deputados. Ô, Alagoas dos meus sonhos.
O problema é que, para o pesadelo do povo ordeiro, minoria nas urnas, na maioria das vezes que a Globo, Record TV, Folha de São Paulo, Veja e Isto é aparecem por aqui é justamente para dizer que a corrupção chama mais a atenção que as piscinas naturais de Pajuçara, Paripueira e Maragogi.
Desejo
Como alagoano e eleitor, espero que no dia 7 de outubro Alagoas saiba dizer não aos corruptos, aos filhos da corrupção e aos netos dos coronéis políticos que tomaram Alagoas de assalto.
Pelo que temos visto a tão esperada mudança não deve acontecer nesta eleição. Enquanto achamos que nosso futuro depende da nova geração assistimos, nos semáforos da capital e nas cidades, jovens bem apresentados distribuindo material de candidatos já conhecidos da sociedade, mas como desonestos.
Em tempo
Collor, Renan e Arthur são os personagens que federalizam a eleição de Alagoas, mas prestem a atenção no conjunto da obra, principalmente para não continuar errando na opção Assembleia Legislativa, principal antro da sacanagem.