Em épocas de eleição, onde somos obrigados a escolher dentre uma multidão de candidatos aqueles que nos representarão na tomada de importante decisões acerca do nosso futuro, deparamo-nos com as mais variadas personalidades políticas. Encontramo-nos diante de escolhas entre bons, maus, honestos, corruptos, alguns bem-intencionados e outros nem tanto. É um momento em que questionamos até nossos próprios valores, pois deles e com base neles deverá surgir o afortunado que mereça nosso voto. Ou ao menos deveria ser assim.
Diante de tantos maus exemplos sobre a diversidade de caráteres, da escassez de modelos de comportamento e de honestidade, proponho que no processo de escolha, se quisermos ser sensatos, façamos algumas perguntas: o que torna uma pessoa má? O que faz com que ela se desvie dos padrões morais estabelecidos e aceitos pela sociedade? O que gera a corrupção de poucos (ou nem tão poucos) e a omissão de muitos? Por que nas eleições, mais vale a honestidade de um candidato do que suas reais propostas, seus projetos políticos, suas crenças?
Você já sequer pensou nessas questões antes de votar?
O fato é que pessoas colocadas em situações hostis, tendem a dilatar seus limites morais, numa reação natural e inconsciente a um possível iminente prejuízo ou certamente a falta de uma base familiar de conceitos morais sólidos.
Voltando ao nosso questionamento poderemos afirmar que se conseguirmos algumas das respostas acimas, já teremos um excelente caminho para uma escolha mais consciente, séria e acertada. Essa escolha representa, na realidade, um dos princípios que possibilita a vida em sociedade: a renúncia a alguns benefícios individuais em nome do bem-estar coletivo. Por esse motivo a maioria de nós (teoricamente) paga Imposto de Renda, não suborna guardas de trânsito, respeita sinais de trânsito, não rouba, não mata. As leis e suas posteriores punições servem, ainda, como métricas reguladoras desses contratos sociais.
Vivemos épocas, talvez, onde essas simples convicções encontram-se minadas, corroídas, combalidas, o que leva muita gente a escolhas deturpadas e desastrosas. O mero respeito a alguns desses princípios básicos representa a exceção, não a regra, e causam mais estranheza do que a sua (esperada) obediência.