BRASÍLIA – Depois de defender a proposta de eleições gerais, assim como Marina Silva (Rede), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira que algumas correntes querem a realização de um plebiscito no país sobre o assunto e que é uma boa ideia. Segundo interlocutores, o senador estaria disposto a renunciar ao seu mandato, assim como Renan Filho renunciaria ao cargo de governador de Alagoas, caso as eleições gerais – para todos os cargos – ocorressem. Dizem que esse gesto seria possível porque eles têm popularidade suficiente para se reelegerem.
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O presidente do Senado, Renan Calheiros Renan diz que eleição geral pode ser uma alternativa ‘se a política não resolver’
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Mas, mesmo dentro do PMDB, as recentes declarações de Renan começam a incomodar. Mesmo os aliados da presidente Dilma Rousseff, acreditam que ele ficou isolado, apenas ao lado de Marina Silva, que foi candidata à Presidência pelo PSB em 2014.
— Qualquer cenário não pode ser descartado, tem de ser levado em consideração, acumulado, para que possamos ter amanhã saídas. Existem correntes que defendem fazer um plebiscito, ouvir a sociedade. E ouvir a sociedade nunca será uma ideia ruim — disse Renan Calheiros.
O senador tem sido o principal aliado da presidente Dilma no Congresso, nas negociações para evitar a aprovação do processo de impeachment. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) assumiu o comando do PMDB justamente para dar resposta a Renan e a outros dissidentes.
— O Michel não podia responder. Mas agora nada ficará sem resposta — disse um aliado de Temer.
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O presidente do Senado lembrou que nesta quarta-feira o Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar a questão da implantação do parlamentarismo no país.
— E tem essa questão da consulta do parlamentarismo, da implantação, se pode haver emenda constitucional. E havendo a provação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), se faz plebiscito antes ou depois. Acho que qualquer cenário tem de ser guardado em favor do Brasil — disse Renan.
Ele não quis dizer se o movimento pelo impeachment havia perdido força. Repetiu o discurso de que deve agir com isenção e que esse assunto, se passar na Câmara, chegará ao Senado.
fonte:oglobo