A Praia do Saco da Pedra, ou simplesmente Praia do Saco, sempre foi considerada um paraíso, com seus manguezais, cajueiros, gajurus, coqueirais e um visual inigualável por sua praia paradisíaca, seu mar cristalino e a tranquilidade desejada por todos os mortais. Chegou a ser uma reserva ecológica. Falo no passado, pois hoje esta condição não parece estar sendo respeitada. Essa realidade vem, ao longo dos últimos anos, dando lugar a mansões, condomínios e uma frenética exploração imobiliária.
Os nativos e os turistas em breve não terão mais como aproveitar aquela praia maravilhosa!
Além de estar tomada por um paredão de casarões, a natureza já começou a requerer de volta o seu território. O mar, vez por outra, busca seu espaço e vai ao encontro das construções que para ele não constituem resistência. E assim deixa um rastro de destroços, entulhos e ferragens que se espalham pela alva areia ficando expostos e atrapalhando o bem usufruir da Praia do Saco.
Não bastasse a destruição de uma vasta área de manguezais, queimados para dar lugar à demarcação de lotes que seriam negociados a peso de ouro mais adiante; não fosse suficiente o aterro de uma longa faixa de terra que se conflitava com o vai e vem das águas em meio ao mangue; hoje a praia já é tomada por alguns pequenos comerciantes que lentamente vão se expandindo e futuramente poderão se tornar gananciosos empresários que exploram o turismo em detrimento à singeleza da natureza.
Aí é que muitos ficam a indagar o que fazer? Em que poderiam os órgãos públicos intercederem para dar um basta a mais uma degradação do meio ambiente num paraíso ecológico? E então surge um admirador e frequentador daquela reserva a clamar por, ao menos uma máquina e uma caçamba, não para aterrar mais e sim para limpar a areia dos entulhos oriundos das construções que foram destruídas pela força das águas.
Esses entulhos que misturam metralhas, pedras, tijolos e ferragens oferecem, além da agressão à paisagem, um grande perigo aos que insistem em curtir o que resta das belezas da Praia do Saco da Pedra.
Aqui fica o apelo.