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Médicos de Pequim encontraram microplásticos em tecidos do coração. Cientistas estudam como o material pode afetar a saúde das pessoas.

Microplásticos usados em produtos comuns do nosso dia a dia, como embalagens de alimentos e roupas, foram encontrados pela primeira vez no coração humano. Realizada por médicos do Hospital Anzhen de Pequim, na China, a descoberta foi publicada recentemente na revista Environmental Science & Technology.

Os microplásticos são partículas minúsculas, com menos de cinco milímetros. As partículas de plástico são eliminadas no ar, na água e no solo por garrafas de plástico, embalagens de alimentos e tinta.

Pesquisas anteriores já mostraram a presença deles em outros órgãos humanos, como os pulmões. Estima-se que uma pessoa inale uma quantidade de microplásticos equivalente a um cartão de crédito por semana. Cientistas estudam como eles afetam a saúde das pessoas.

Microplásticos no coração

Os pesquisadores chineses analisaram amostras de cinco tipos diferentes de tecidos do coração coletados de 15 pacientes que iriam passar por cirurgias cardíacas, além de amostras de sangue coletadas antes e depois da operação.

Os microplásticos foram detectados em todas as amostras de sangue e de tecidos. Dezenas de milhares de pedaços individuais de microplástico foram descobertos em quantidades que variavam entre os pacientes, usando um laser e imagens infravermelhas.

Segundo estudos anteriores, os plásticos podem se prender à membrana externa dos glóbulos vermelhos e afetar a capacidade deles de transportar oxigênio. Como as células não conseguem quebrar as partículas, o material também provoca inflamações no corpo.

Os plásticos também estão sendo associados ao desenvolvimento de câncer, doenças cardíacas, demência e problemas de fertilidade a longo prazo.

Ao todo, foram encontrados nove tipos diferentes de plástico nos tecidos cardíacos. A lista inclui partículas microscópicas de poli (metacrilato de metila) em três partes diferentes do coração, um material usado como alternativa ao vidro; politereftalato de etileno, usado em embalagens de roupas e alimentos; e o policloreto de vinila (PVC), presente em tintas, canos de drenagem e esquadrias de janelas.

Os pesquisadores acreditam que os pedacinhos de plástico possivelmente foram inalados ou ingeridos ao longo da vida dos pacientes, mas também acrescentaram que procedimentos médicos invasivos, como cirurgia, são uma rota de entrada de plásticos no corpo que é negligenciada.

“A detecção de microplásticos in vivo é alarmante, e mais estudos são necessários para investigar como eles entram nos tecidos cardíacos e os efeitos potenciais dos microplásticos no prognóstico de longo prazo após cirurgia cardíaca”, escreveram os autores do estudo.

Metrópoles