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Inquérito é conduzido pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) e está em sigilo. Atleta Neymar foi ouvido na condição de testemunha.

jogador Neymar, principal craque da Seleção Brasileira e um dos astros do elenco do Paris Saint-Germain (PSG), prestou depoimento aos investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na tarde desta quarta-feira (1º/2). O atleta foi ouvido na condição de testemunha, em diligência que apura crimes de extorsão, agiotagem e lavagem de dinheiro.

O inquérito é conduzido pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) e está em sigilo. Por meio de nota, os investigadores confirmaram que Neymar da Silva Santos Júnior prestou depoimento.

“A testemunha estava acompanhada de advogados, e o depoimento foi colhido por videoconferência. Ele [o atleta] contribuiu com as investigações, que seguem em sigilo”, destaca o texto.

Como antecipado pela coluna Na Mira, a PCDF deflagrou a Operação Huitaca, na última sexta-feira (27/1). Na ocasião, policiais prenderam três pessoas. O principal mentor do esquema é o empresário Eduardo Rodrigues Silva, que segue detido por tempo indeterminado.

Eduardo é suspeito de usar criminosos como laranjas para movimentar grandes quantias em dinheiro vivo. Ele é conhecido por vender joias a jogadores do futebol mundial, entre eles o craque Neymar.

O jogador foi intimado pela PCDF a explicar a relação com o empresário, radicado no DF. Eduardo chegou a entregar a Neymar uma corrente de ouro e diamantes, um anel de ouro e pedras preciosas, além de ter viajado a Paris para participar da festa de aniversário do astro.

As investigações apontam que Eduardo, acusado de usar empresas para lavar dinheiro, transferiu grandes quantias para criminosos conhecidos da polícia. Um dos identificados é Cleyton Viana de Souza, que recebeu milhares de reais enviados pelo empresário.

Cleyton figura como autor em 13 inquéritos policiais por diversos crimes, como associação criminosa, tentativa de homicídio, extorsão, contrabando e receptação.

Mais transferências

O empresário, conhecido no DF por ostentar uma rotina semelhante à de atletas que atuam em alguns dos maiores clubes do mundo, também transferiu dinheiro para outro criminoso, recentemente condenado pela 1ª Vara Criminal de Taguatinga por receptação qualificada. André Luiz Ramos de Holanda recebeu mais de R$ 100 mil de Eduardo.

As investigações conduzidas pela Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) também identificaram que grandes quantias foram transferidas para a empresa Estevam Carnes Nobres e Exóticas Eireli. A firma esteve envolvida, em 2019, na Operação Bienna, da Polícia Civil de Goiás (PCGO).

Entre 26 e 27 de dezembro de 2018, por uma falha no sistema de conciliação de vendas com cartões de um banco privado, ocorreram créditos indevidos em contas-correntes de centenas de clientes por todo o Brasil, segundo a PCGO. Um desses era a Estavam Carnes, que teve creditada na conta da empresa a quantia de R$ 18,6 milhões.

Ao perceber o elevado valor, ainda no dia 27, o dono se apropriou de parte do montante e, com a intenção de dissimular o dinheiro, para dar aparência lícita à quantia, fez transferências eletrônicas por meio de aplicativo, que, juntas, somaram R$ 1,1 milhão.

A operação

As apurações da Corpatri apontaram que a empresa Conceito Comércio de Joias Eireli, cujo nome é EJ Joias, movimenta valores que sequer se aproximam do dinheiro que cai na conta de Eduardo e do braço direito dele, Vitor Duarte Nunes, também investigado na Operação Huitaca — o nome faz alusão à deusa mitológica da luxúria.

Ainda segundo a investigação, a transação com a joia de Neymar representou mais de 81% das operações de venda da empresa. Além disso, houve emissão de outras 11 notas fiscais eletrônicas de joias para o próprio Eduardo Rodrigues, sem a respectiva entrada de mercadoria ou matéria-prima no estoque da empresa.

Os policiais também apuraram que os demais empreendimentos que fizeram transações com os investigados são de fachada e serviram apenas para dissimulação dos valores ilícitos. Essas empresas surgiram simultaneamente, funcionaram por poucos dias e sequer geraram notas fiscais para os investigados ou para negócios vinculados a eles.

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