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Vítima era chamada de vagabunda e ameaçada de morte por ex-marido — Foto: Reprodução

Um homem, de 46 anos, foi preso por espancar e estuprar a ex-mulher, de 34, enquanto ela estava desacordada por conta dos efeitos de remédios antidepressivos e calmantes. De acordo com a vítima, o ex-marido Ricardo Penna Guerreiro dava socos nela, era agressivo com o filho do casal e já havia a ameaçado de morte, como é possível conferir nas trocas de mensagens.

“Ele [Ricardo] me colocou no fundo do poço. Abusou de mim de todas as formas, com requintes de crueldade”, desabafou.
Contra Ricardo há, inclusive, uma condenação a mais de 37 anos por tentativa de homicídio contra seis pessoas em 2000. Ele estava em liberdade devido a um habeas corpus. (veja mais ao final)

O advogado de defesa, Eugênio Malavasi, disse que o processo sobre a condenação está em tramitação e não se manifestará. Em relação às agressões, informou que não teve acesso aos autos, mas que “o acusado se declara inocente e irá provar o alegado no momento oportuno”.

Segundo a Polícia Civil, a investigação juntou diversas provas do crime e, diante do material, o Poder Judiciário decretou a prisão temporária do suspeito, que foi encontrado no apartamento em que mora, no Canto do Forte, e preso por agentes da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande.

Hoje eu e meu filho estamos em paz e nos curando! Que isso sirva de alerta para outras mulheres.

Agressões e estupro
A vítima contou ter começado a namorar com Ricardo em 2018 e casado com ele em 2019, mesmo ano em que nasceu o filho do casal. A princípio, segundo ela, o ex-marido aparentava ser amoroso, mas passado um tempo começaram as agressões verbais.

As agressões físicas tiveram início durante a gestação, logo no terceiro mês. Ao g1, ela revelou que naquele mesmo período começaram as ameaças de morte contra ela o bebê.

“Estava grávida de três meses e no dia do meu aniversário ele me agrediu. A gente saiu para comemorar e ele achou que eu estava rindo de uma piada que os amigos dele fizeram, mas eu nem tinha escutado. Ele me espancou de um quarto para o outro porque achou que eu estava rindo de uma piada”.

Depois disso, a vítima disse ter saído de casa, mas retornou sob a promessa de que não seria mais agredida. As humilhações no entanto continuaram. O casamento, segundo ela, estava ‘ladeira abaixo’ e piorou quando o filho nasceu. Ela disse ter sofrido depressão pós-parto, que foi agravada pela morte da mãe em 2021.

A vítima contou ter tentado se separar diante das agressões físicas contra ela e o filho. A mulher até chegou a fugir para o interior, mas Ricardo descobriu e foi atrás dela – quando bateu o carro, imagem que é possível ver abaixo.

Acidente de trânsito
Conforme divulgado pelo g1 em agosto de 2021, um carro de luxo, avaliado em cerca de R$ 275 mil, ficou completamente destruído após o motorista perder o controle e bater no estacionamento de uma clínica na Avenida Marechal Mallet, no Canto do Forte, em Praia Grande. Segundo testemunhas, o motorista estava em alta velocidade e escapou após a colisão.

Segundo a vítima, o motorista era Ricardo, que estava atrás dela. “Neste dia ele estava na rua tentando me matar”. A mulher ressalta que o ex-marido é “muito agressivo”. “Ele é um perigo para a sociedade. Eu lamento muito, porque é o pai do meu filho’.

Tentativa de homicídio
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em 2000 Ricardo tentou matar seis pessoas em uma choperia em Praia Grande. À época com 24 anos, ele teria se desentendido com um grupo composto por seis pessoas e atirado contra elas junto com outro homem armado. Dois se feriram na tentativa de homicídio.

Os disparos foram feitos na Avenida Ayrton Senna da Silva, no bairro Xixová, em frente ao shopping. Segundo o documento do TJ-SP os dois atiradores tentaram matar as vítimas “por motivo fútil e utilizando-se de recurso que dificultou a defesa das vítimas, mediante disparos de arma de fogo”.

De acordo com a ex-esposa dele, Ricardo chegou a ficar oito meses preso. O g1 entrou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para confirmar esta informação, mas até a última atualização desta matéria não havia recebido uma resposta.

Em março de 2019, o caso foi levado a júri popular, que decidiu pela condenação de Ricardo. O juiz, então, deu a sentença: ‘cumprir a pena de 37 anos e 4 meses de reclusão, inicialmente em regime fechado’. No enquanto, algo em torno de uma semana após a condenação, a defesa do réu conseguiu o colocar em liberdade graças a um habeas corpus.

Fonte: g1