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Técnicas de respiração, busca por ajuda psicológica e apoio das pessoas ao redor são fundamentais para controlar uma crise.

Uma crise de ansiedade fez o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, cancelar um show no interior de São Paulo minutos antes de subir ao palco, no último sábado (21/1).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo. Aproximadamente 10% da população convive com a condição.

As crises de ansiedade podem paralisar a pessoa, dificultando, por algum período, o trabalho, as relações familiares e sociais.

O psicoterapeuta João Araujo, do Consultório de Psicologia João Araujo, de São Paulo, afirma que a pandemia da Covid-19 evidenciou a necessidade de que o tema saúde mental não fique restrito aos consultórios de psicologia e psiquiatria.

O assunto vem ganhando novos espaços de diálogo, o que inclui os ambientes de trabalho, as escolas e o círculo de amigos”, afirma Araujo. “Isso é positivo, pois parte do tratamento é reconhecer os estímulos externos para situações assim”, aponta.

Causas

A psicóloga Damaris Baldacci conta que três fatores estão relacionados ao transtorno de ansiedade: o histórico de vida, os fatores biológicos e/ou os agentes ambientais.

“Circunstâncias como profissão, rotina e ambientes frequentados – desde a casa onde mora até as redes sociais que participa – influenciam para o surgimento de um quadro de ansiedade. A defasagem de alguma substância ou o baixo funcionamento de um neurotransmissor cerebral costumam estar associados ao quadro”, explica Damaris.

Sintomas

A ansiedade pode desencadear sintomas fisiológicos, psicológicos e comportamentais. Eles podem aparecer juntos ou de forma isolada, e variam de pessoa a pessoa, bem como o seu grau de intensidade.

Os sintomas fisiológicos são dor de barriga, ânsia de vômito, falta de ar, sudorese, taquicardia e sensação de desmaio, por exemplo. Os psicológicos envolvem irritabilidade, insônia, inquietação, pensamento acelerado, falhas cognitivas e pensamentos catastróficos.

Os comportamentais incluem o balançar incessante de pernas (pernas inquietas), roer unhas, arrancar fios de cabelo e caminhar de um lado para outro, por exemplo.

“Aquela expressão de ‘aperto no peito’ normalmente é relatada nas queixas de pacientes que tentam descrever esse mal estar no consultório”, descreve Araujo.

Como agir em uma crise de ansiedade

Durante uma crise de ansiedade é indicado que a pessoa busque alguma estratégia para aliviar os sintomas. Ao notar os sinais, a equipe de Zé Neto acionou prontamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que estava no local do show. O artista foi medicado ali mesmo e encaminhado a um hospital para avaliação.

No dia a dia, as crises de ansiedade podem ser contornadas com técnicas de controle da respiração para reduzir os batimentos cardíacos e trazer de volta o foco aos pensamentos.

“EXISTEM ALGUMAS TÉCNICAS QUE TÊM SE MOSTRADO EFICAZES E DE FÁCIL UTILIZAÇÃO PARA REDUZIR A ANSIEDADE”, CONTA A PSICÓLOGA DAMARIS.

As pessoas que convivem com quem sofre de ansiedade podem contribuir para aliviar os sintomas durante uma crise. Estar presente, chamar o outro para respirar junto e colocar um novo assunto em pauta ajudam o outro a retomar o seu ponto de equilíbrio.

Julgar, ignorar os sintomas, achar que é frescura e pressionar para uma melhora rápida não contribuem em nada e podem até piorar a situação.

Tratamento

A psicoterapia é um tratamento muito eficiente para dar ao paciente a oportunidade de entender o que causa essa ansiedade e suas crises.

“O tratamento dá ao paciente ferramentas para lidar melhor com essas e outras queixas. Procurar ajuda profissional pode fazer toda diferença”, afirma João Araujo.

Metrópoles