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A marca Thinx, pioneira do desenvolvimento da calcinha absorvente, confirmou que suas peças contêm os “produtos químicos eternos”.

As calcinhas absorventes se popularizaram no Brasil há cerca de cinco anos como uma opção mais sustentável para coletar a menstruação. Uma das primeiras defensoras do modelo foi a apresentadora Bela Gil. Com o passar dos anos, as marcas à venda aumentaram e os modelos disponíveis se diversificaram.

Nos Estados Unidos, esse tipo de roupa íntima está no centro de uma polêmica. Na semana passada, a marca norte-americana Thinx, pioneira no ramo, confirmou que suas peças contêm substâncias per-e polifluoroalquil (PFAS), que são conhecidas como os “produtos químicos eternos”.

Os PFAS são compostos fluorados praticamente indestrutíveis. Eles são utilizados em antiaderentes, impermeáveis e isolantes de quase todos os tipos de produtos desde a década de 1930. Estão presentes em panelas, shampoos, produtos de limpeza e cosméticos e também entram na composição de tecidos impermeáveis, como as calcinhas Thinx.

A Agência de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças (ATSDR, na sigla em inglês), dos EUA, estima que a maioria das pessoas do país tem PFAs no sangue, uma vez que o corpo humano não é capaz de metabolizá-los.

Estudos ainda inconclusivos

Embora os efeitos dessas substâncias no corpo ainda não sejam bem esclarecidos, estudos científicos sugerem que a exposição de longo prazo pode prejudicar as funções hormonais, acelerar o envelhecimento do cérebro, favorecer distúrbios no sistema reprodutivo e provocar alterações no ciclo menstrual.

“Essas substâncias podem interagir no sistema endócrino gerando alterações hormonais, mas o conhecimento sobre seus efeitos ainda não está consolidado”, explica o médico Marcus de Paula, ginecologista da Maternidade Brasília.

Ele lembra que a vagina é uma região bastante vascularizada, o que facilita a absorção de produtos que entram em contato com ela. “Por causa dessa característica, pode haver sim uma absorção aumentada destes compostos”, afirma o médico.

Isso torna as calcinhas absorventes perigosas? Não necessariamente. É difícil definir a quantidade de PFAS presente nos produtos e não está claro quais contêm o composto ou outras toxinas, como elas são absorvidas pelo organismo nesta situação de uso ou se a lavagem frequente pode removê-los.

Além disso, uma pesquisa de 2022 encomendada pelo blog Mamavation, voltado ao empoderamento feminino, mostrou que 48% dos produtos denominados “pads” – absorventes, absorventes internos, protetores de calcinha e absorventes para incontinência, incluindo vários produtos anunciados como “orgânicos” e “naturais” – tinham indicações de PFAS em sua composição.

Metrópoles