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Camila Carvalho de Cabral passou mal dias depois da operação e precisou ser internada às pressas.

Camila Carvalho de Cabral está internado no Hospital Regional de Samambaia, no DF

A paciente Camila Carvalho de Cabral, de 39 anos, foi internada às pressas na UTI do Hospital Regional de Samambaia (HRSam) depois que uma gaze foi deixada dentro do corpo dela, após uma cirurgia de retirada do útero, em uma unidade de saúde particular no Lago Sul, no Distrito Federal.

A operação foi realizada no dia 15 de outubro, no Hospital Daher. Dias depois, Camila começou a passar mal e, após procurar atendimento no HRSam, precisou passar por uma nova cirurgia, onde os médicos constataram uma lesão no cólon e no intestino delgado, além da compressa de gaze na região pélvica da paciente.

A família dela registrou ocorrência na 10º Delegacia de Polícia, no Lago Sul, e o caso está sendo investigado como lesão corporal culposa.

Em nota, a Secretaria de Saúde afirma que acionou o Hospital Daher para apurar o ocorrido. Por sua vez, a empresa diz que instituiu “sindicância interna na qual o prontuário e documentos médicos foram analisados e não foi encontrado registro de qualquer intercorrência” (veja mais abaixo).

Espera e transtorno

Camila estava na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) há dois anos, esperando pela cirurgia, e foi selecionada em outubro, através de um mutirão realizado pela Secretaria de Saúde (SES-DF) em parceria com hospitais particulares. A paciente teve alta no dia seguinte à operação.

A situação, no entanto, se transformou em transtorno. Camila está há 38 dias internada no HRSam, já passou por quatro cirurgias de correção e, mesmo assim, a infecção persiste. Segundo a família, a paciente passaria por uma quinta cirurgia, mas ela está com anemia e em coma induzido.

Segundo a mãe da paciente, Claudia Vieira da Silva, o estado de saúde de Camila é grave.

“Minha filha corre o risco de não voltar pra casa. Então, eu quero relatar isso pra vocês, para que haja justiça. Porque não pode acontecer um erro desses e ficar impune. Ela tem dois filhos para cuidar”, lamenta.

O que dizem a Secretaria de Saúde o Hospital Daher

De acordo com a SES-DF, a realização da cirurgia de Camila ocorreu por meio de contrato firmado com o Hospital Daher, “sendo a execução do procedimento de competência e responsabilidade da unidade hospitalar”.

Segundo a pasta, para o mutirão, o GDF investiu R$ 19,7 milhões em sete contratos que contemplam a realização de 3.233 cirurgias. Até o momento, já foram realizadas 1.680.

Em nota, o Hospital Daher informou que Camila foi submetida à intervenção cirúrgica no dia 15 de outubro e recebeu alta no dia seguinte, “em boas condições clínicas, sem queixas e ou sinais de intercorrências”.

“Tivemos notícia extraoficial de admissão da paciente em outro nosocômio, 23 dias após o procedimento cirúrgico inicial, por complicação tardia, onde continuou o tratamento. Instituímos sindicância interna na qual o prontuário e documentos médicos foram analisados e não foi encontrado registro de qualquer intercorrência”, diz nota.

Segundo o Hospital Daher, toda a documentação foi colocada à disposição da Vigilância Sanitária, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, e dos órgãos de fiscalização pertinentes, para demais esclarecimentos ou eventuais perícias que se fizerem necessárias.

g1