https://webradiojuventude.com/portal/wp-content/uploads/2023/07/Hosp-do-Coracao-728pxl-x-90pxl-1.pnghttps://webradiojuventude.com/portal/wp-content/uploads/2023/09/728x90-2CT-1.gif

Diante da denúncia de que o enteado que criou desde os 11 anos teria abusado sexualmente de suas filhas de 3 e 9 anos, a madrasta do estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, de 22 anos, que está foragido, fez contato com a mãe biológica do rapaz. Em troca de mensagens que começaram no dia 9 de setembro, ela — que pediu para não ter o nome revelado e identifica-se nesta reportagem como P.L. — relatou todo o drama familiar que veio à tona depois de a sobrinha, hoje com 13 anos, ter dito que foi molestada por ele entre os 5 e 10 anos. A família de classe média da Zona Leste de Teresina, no Piauí, deu início então a uma luta por justiça, o que depende da localização de Marcos Vitor.

P.L., que também cursa medicina, conta que, durante seu casamento com o pai do rapaz, nunca tivera contato com a mãe dele. Ela, de acordo com P.L., morou cerca de 10 anos em Portugal e recentemente voltou ao Brasil. O contato de P.L. com a mãe do acusado se deu porque ela queria que os pertences dele fossem retirados de sua casa. Também apelou para que a mulher ajudasse a levá-lo às autoridades e, sobretudo, a alertou sobre o caso, visto que Marcos Vitor tem uma irmã de 4 anos por parte de mãe.

Se ele fez com as minhas filhas, pode ter feito com a criança. Eu temo que tenha acontecido — diz P.L. — Ela (a mãe biológica de Marcos Vitor) primeiro perguntou se eu tinha certeza. Eu disse que sim, porque na minha família não temos o hábito de mentir. Ela disse que ia falar com ele. Depois que falou com ele, ela disse: “obrigada por todo esse tempo que você ficou com ele”. Querendo me adular para eu não fazer muita coisa contra ele. Depois, ficou parecendo que ela queria que eu dissesse alguma coisa nas mensagens. Perguntou se durante todo o tempo em que convivi com ele se percebi alguma coisa estranha. Perguntou por que eu tinha procurado por ela depois de tantos anos. Eu disse que estava contando porque sabia que ela tinha uma filha e eu não desejava o que eu estava passando a ninguém. Eu disse: pensa o que quiser, negligencia se quiser, mas está dado o recado.

A Polícia Civil do Piauí não localizou Marcos Vitor nos endereços que constam no inquérito, como a casa da mãe em Teresina. O estudante também não estaria mais em Manaus, para onde foi cursar medicina há cerca de dois anos. O advogado dele, Eduardo Faustino, que negou que o estudante estivesse foragido — apenas “abriu mão do direito ao interrogatório” — não se pronunciou mais sobre o fato de seu cliente não estar sendo localizado.

P.L. relata que, após as crianças da família terem relatado os abusos, Marcos Vitor teria confessado os crimes para ela em troca de mensagens, atribuindo os episódios a um “lado obscuro” de sua personalidade. As cópias dessas mensagens estão em poder da polícia. A madrasta acredita que, assim como admitiu para ela, ele deve ter confessado para a mãe. Nas trocas de mensagem que teve com ela, a mulher fala que “compreende” a situação dela e pede calma para resolver o caso de forma pacífica. P.L., por sua vez, pede para a mãe do rapaz ajudá-los a fazer com que Marcos Vitor se entregue, para pôr fim ao pesadelo. “Pede para o Marcos Vitor se entregar, confessar tudo que fez, vai ser melhor para todo mundo. A gente acaba com essa exposição”. E avisa: “a gente não vai parar enquanto isso não acontecer”. A mãe de Marcos Vitor, por sua vez, responde: “Diferente de vocês, vamos fazer tudo dentro da legalidade. Sem expor ninguém. Nem mesmo vocês”.

Fonte: Extra