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Infectologista Sarah Dominique

Após ser confirmado o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus no Brasil, a infectologista Sarah Dominique Dellabianca reforçou a necessidade de manter as medidas de proteção contra o vírus. “Quem teve o diagnóstico confirmado para a Covid-19 e passou pelos 14 dias de isolamento pode até se sentir mais seguro, mas a atenção precisa ser contínua”, alertou.

A infectologista e gerente médica do Hospital da Mulher explica que a reinfecção pela Covid-19 acontece quando, após um período, na maioria das vezes superior a 90 dias, a pessoa acaba adquirindo novamente a infecção pelo novo coronavírus. Segundo ela, isso acontece pelo fato dos níveis de imunoglobulina G (IgG), imunoglobulina M (IgM) e outros anticorpos – responsáveis pela defesa do nosso corpo – caírem em grandes quantidades, tornando a pessoa suscetível novamente a uma infecção pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. 

Do ponto de vista de análise do material genético, Sarah Dominique Dellabianca explicou que, para fechar o diagnóstico de uma nova infecção pelo novo coronavírus, o paciente precisa estar com os sintomas da Covid-19. Além disso, é necessário que o exame RT-PCR – coletado por meio de um cotonete introduzido na mucosa do nariz e garganta -, apresente resultado positivo no intervalo de pelo menos 90 dias entre os dois exames, com nova linhagem genética.

De acordo com infectologista do HM, o paciente pode ficar com a RT- PCR positiva de 80 a 90 dias. “O que não significa dizer que o vírus da Covid-19 está na sua forma de doença ou transmissão. Ele pode ser apenas o material genético presente na mucosa do nariz ou da garganta. Não é que o vírus esteja vivo, ali; pode ser apenas fragmentos do material genético e, com isso, a pessoa não tem transmissão de partícula viral para outras pessoas. Por isso, a importância de repetir a sorologia após 90 dias da exposição ao novo coronavírus”, recomendou.

Sarah Dominique Dellabianca declarou que os casos de reinfecção estão acontecendo só agora, em virtude de a doença estar chegando ao final do seu primeiro ano no mundo. Logo, os médicos estão podendo avaliar o tempo da imunidade das pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus.

“Dentro de uma pandemia, de uma doença que ainda é nova”, explicou ela, “é de se esperar certo tempo para que possa investigar e averiguar se a imunidade dos que sobreviveram será duradoura ou não”. Ela acrescentou que, por ser uma doença respiratória, os profissionais da infectologia, pneumologia e imunologia já esperavam uma recidiva, semelhante a outros vírus. “Por esse motivo, a necessidade de uma periodicidade de vacinação, ainda que não saibamos quantas doses deverão ser tomadas por ano”, observou.

A infectologista e gerente médica do Hospital da Mulher foi enfática ao afirmar que não é fácil confirmar uma reinfecção da Covid-19. “O não guardar da primeira cepa [linhagem] da RT-PCR é um fator impeditivo no Brasil. É necessário ter amostras positivas dos dois contágios, a fim de compará-las por um teste de sequenciamento. Fora do nosso país, alguns laboratórios mais especializados já fazem estoque de tudo que é espécime, até para estudo posterior”, acrescentou.

Sintomas 

No que diz respeito aos sintomas da reinfecção, Sarah Dominique Dellabianca disse que eles são até mais leves dos que o da primeira vez. “Na experiência que estou tendo ao atender os pacientes, as pessoas tiveram sintomas semelhantes aos do primeiro episódio”, disse.

No mês de novembro, o Hospital da Mulher promoveu uma atualização do Manual Técnico de Condutas para a Covid-19. Nele, foram contemplados a revisão de literatura, enfatizando os critérios postos pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). “A nossa equipe já está atenta quanto à possibilidade de casos de reinfeção por coronavírus em Alagoas”, garantiu.

A infectologista e gerente médica do Hospital da Mulher ainda reforçou que é necessário que a população continue adotando as medidas solicitadas de distanciamento social, de usar máscara, de higienizar as mãos com água e sabão e, também, com álcool em gel a 70%. “Essa regra é básica para as pessoas que ainda não pegaram a Covid-19, como para aquelas que já se infectaram”, orientou Sarah Dominique Dellabianca.

*Com Ascom Sesau