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Uma semana após a morte do empresário Kleber Malaquias, autor de várias denúncias, que foi assassinado dentro de bar, na cidade de Rio Largo, o Cada Minuto conversou com amigos próximos da vítima, que assim como ele, também faziam denúncias de atos de corrupção, e que acreditam que sua execução esteja diretamente ligada com as denúncias que ele realizou.

“Tudo indica que seja em virtude das várias denúncias feitas durante todos esses anos”, disse Alex Fernandes, amigo pessoal da vítima. Segundo Alex, apesar de já conhecer Malaquias, somente em entre 2007 e 2009 que eles se conheceram, quando o empresário foi vítima de um espancamento.

“Eu e outros amigos o levamos até o Ministério Público Estadual (MPE-AL), pois na época que espancaram ele. Era uma época aqui em Rio Largo, que mandavam dar surras em membros da oposição”, contou.

O amigo contou ainda, que durante um bom tempo, Malaquias sempre esteve acompanhando os feitos dos gestores na cidade e sempre que achava atos de improbidade, denunciava. “Desde que a atual gestão assumiu, ele afastou mais, pois estava apoiando o atual prefeito”, explicou.

Kleber comemorava seu aniversário, no final da tarde da última quarta-feira (15), no dia do seu aniversário, quando foi morto. Segundo testemunhas, o empresário foi encontrado morto dentro do banheiro do estabelecimento. Ele teria chegado ao local na companhia de dois homens, cuja identidade não foi revelada.

Os dois homens que estavam com a vítima, foram levados para prestar depoimento ainda na noite do ocorrido, conforme informações do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP). O empresário foi atingido por três disparos de arma de fogo, sendo um deles na cabeça.

Existem suspeitos?

Questionado sobre possíveis suspeitos, o amigo da vítima se limitou a citar nomes e disse que as investigações neste momento devem ficar a cargo da Polícia Civil, entretanto, ele acredita que todos devem ser investigados.

“Acredito que a polícia deve fazer o trabalho investigando todos que já foram denunciados por nós, todos que respondem processos, os que foram presos e demais pessoas e empresas envolvidas nas denúncias”, sugeriu.

Denúncias

Em setembro do ano passado, Malaquias registrou um Boletim de Ocorrência, na Central de Flagrantes I, em Maceió, por sequestro e tortura. Na ocasião, ele disse que os criminosos que o sequestraram e agrediram chegaram a filmar as agressões praticadas.

Entre os alvos das denúncias tornadas públicas pelo empresário, estão o ex-prefeito da cidade, Toninho Lins, e o desembargador Washington Luiz, do Tribunal de Justiça de Alagoas.

Malaquias foi um dos autores das denúncias encaminhadas ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que resultou no afastamento provisório do desembargador do cargo, no caso que ficou conhecido como “Máfia da merenda”.

O empresário também chegou a registrar algumas denúncias na cidade de Mata Grande, onde cobrava uma dívida que tinha prefeitura e chegou a acusar o presidente da Câmara de receber por ele.

Sede de Justiça

Apesar de também temer pela sua vida, Alex Fernandes, que foi do movimento estudantil na cidade, contou que a morte de Kleber Malaquias, peça importante na “queda” do desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça (TJ-AL) Washington Luiz, e autor de uma serie de denúncias envolvendo o ex-prefeito da cidade de Marechal Deodoro, Cristiano Matheus, não pode ficar impune.

“Espero que as autoridades usem todos os meios possíveis para descobrir quem matou e quem mandou matar o Malaquias. Esperamos o retorno da nossa segurança individualizada, pois sofremos risco de vida. Esse crime não pode ficar impune”, cobrou.

A Investigação

Procurado pela reportagem, o delegado que foi designado para ser responsável pelas investigações do crime e titular da delegacia de homicídios da cidade, Lucimério Campos, frisou que as investigações começaram no mesmo dia em que o crime ocorreu e que devido a sensibilidade em que o caso está envolvido, não é possível adiantar nada.

“Estamos trabalhando desde o dia do crime, mas ainda é cedo para fazer qualquer afirmação em torno deste crime que é extremamente sensível, mas a polícia tá trabalhando para que tudo possa ser esclarecido”, disse a autoridade policial.

O inquérito policial possui 30 dias para que neste prazo, a autoridade policial possa relatar o que foi apurado à justiça, entretanto, havendo a necessidade de prolongamento do prazo, o delegado poderá pedir a justiça um tempo maior para que os trabalhos por parte da Polícia Civil possam ser finalizados e assim, possíveis suspeitos venham a ser apresentados.

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