A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em manter as eleições municipais para este ano, inclusive com o desejo sendo referendado em votação pelo Congresso Nacional, com o voto contra de alguns poucos parlamentares, foi uma ducha fria na vontade de alguns perfeitos espalhados por mais de 5 mil municípios brasileiros. Na verdade, a decisão caiu feito uma bomba de efeito bem devastador. Em Alagoas, o fato não pode ser visto de forma diferente.
Diante da pandemia do coronavírus, boa parte dos prefeitos e vereadores alagoanos gostaria mesmo que o processo eleitoral fosse transferido para 2022, quando coincidiria com as eleições para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Para os prefeitos que já estão no segundo mandato e não podem mais se candidatar, ganhariam dois anos de graça, o que seria um prêmio da mega-sena.
Os que estão no primeiro mandato e com direito a reeleição, receberiam um oxigênio extra para convencer seus eleitores que merecem permanecer no cargo, com o argumento que vão fazer melhor, e nem sempre é assim, com algumas exceções. Hoje, numa crise sem precedente por conta do pandemia, é possível que os eleitores não queiram, novamente, abrir suas portas para ouvir promessas, inclusive as mesmas feitas no passado.
É possível, também, que, decepcionados com a política e o quadro real hoje, como o desemprego, empresas fechando e os discursos de sempre, os eleitores não saiam as ruas, não tenham interesse em votar e até fechem suas portas para os candidatos que, certamente, vão aparecer nessas horas, renovando promessas e pedindo o tal do voto de confiança.
A ausência do eleitor nas urnas deverá ser uma das maiores na eleição desse ano. Nesse momento, só o voto pode punir. É uma arma poderosa nas mãos de muita gente, que precisa aprender usar.
É claro que essa regra do medo e do adiamento da eleição por um tempo maior não vale para todos, mas tem muita gente que venderia a alma ao diabo, para que ela fosse adiada por séculos sem fim AMÉM.
