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Diante de poucos estudos e muitas informações acerca da pandemia do novo coronavírus, uma disseminação de notícias falsas e especulações são vistas diariamente, principalmente na internet. Com isso, e temendo os efeitos da última epidemia do zika vírus no Brasil, que levou a vários casos de bebês com microcefalia e distúrbios neurológicos no país, cada vez mais mulheres têm procurado médicos para tirar dúvidas sobre as consequências do novo vírus para a gestação e os bebês.

Com o intuito de acalmar e orientar as gestantes e puérperas, a médica especialista em infertilidade e integrante do Grupo Geare, Dra. Maria Eugênia Câmara, respondeu as maiores dúvidas dessas mulheres.

O Coronavírus pode causar infertilidade?

Até o presente momento, não há nenhum estudo que evidencie o comprometimento da fertilidade feminina ou que se relacione ao aumento do número de abortos. O único estudo foi realizado por cientistas chineses, que evidenciaram  aumento da infertilidade masculina dos que se recuperaram da doença, porém são necessários mais estudos.

Quando será liberado o tratamento de reprodução assistida?

Para aqueles casais com histórico de infertilidade e desejam passar pela reprodução assistida, tanto a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida quanto a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, e o ACOG (Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia) recomendam aos profissionais desta especialidade que não iniciem nenhum ciclo de tratamento de terapia em reprodução assistida com o intuito de engravidar durante os primeiros 20 dias da pandemia no país até que apareça alguma nova normativa. Isso porque ainda não há estudos que nos deixem tranquilos em relação à ausência total de má formações ou perdas gestacionais. 

A orientação é que aquelas pacientes que estão no processo, estimulando hormonalmente, que elas captem os óvulos, ou para congelamento dos mesmos ou para congelamento de embriões, e deixem para transferir para o útero em um momento mais oportuno.

Para as gestantes que entrarão em trabalho de parto neste período de quarentena, quais os cuidados?

A FEBRASGO publicou algumas recomendações para as gestantes que são, basicamente, os mesmos cuidados de uma possível infecção por H1N1. Atenção à higienização e também aos cuidados do acompanhante. Boa parte das maternidades estão restringindo as visitas, podendo entrar somente um acompanhante e tomando os devidos cuidados dentro das instalações hospitalares.

É possível haver transmissão do vírus para o bebê durante a gestação?

Até o momento existem dois estudos publicados sobre isso. A primeira, avaliou nove mulheres em Wuhan (dessas, seis tinham o Coronavírus) mas sem sintomas de gravidade e não foi detectado nenhuma transmissão vertical aos recém-nascidos, analisando sangue do cordão, líquido amniótico e leite materno. 

Na última quinta – feira (26), saiu uma segunda casuística, cientistas chineses relataram que é possível, embora raro, que mulheres grávidas com vírus SARS-CoV-2 infectem bebês. A equipe acompanhou 33 gestantes em Wuhan, e descobriu que três bebês foram infectados ao nascer (taxa de 9%, embora uma amostra muito pequena).

Existe alguma contra indicação ao parto normal?

Não existe contraindicação ao parto normal, inclusive para as que tem o Coronavírus, visto que os três bebês infectados nasceram por cesareana. Contudo, depende do quadro de saúde da gestante, se ela tem ou não sintomas graves.

Existe contra indicação a amamentação em puérperas portadoras ou suspeitas de Coronavírus? Precisam se afastar dos seus bebês?

A Sociedade Brasileira de Pediatria se posicionou que não há contraindicação para o aleitamento materno. Para aquelas que não estão infectadas, a amamentação acontece normalmente em casa, sem a necessidade do uso de máscara. Se ela for Coronavírus positivo, deve utilizar a máscara e realizar todos os procedimentos de higiene, mas deve continuar amamentando e não precisa se afastar do bebê. E se esse bebê nasceu e precisou de cuidados de UTI, essa mãe que está infectada pelo vírus não vai poder entrar na Unidade de Terapia Intensiva. Desta forma será orientado que ela retire o leite ou seja feita a complementação.

Importante frisar que durante esse período de pandemia o Conselho Federal de Medicina, juntamente com uma portaria do Ministério da Saúde liberaram as teleconsultas e teleorientações para melhorar o facilitar o contato médico-paciente. É importante procurar um profissional para tirar qualquer dúvida e receber as devidas orientações.


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