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Só em 2019, cerca de quinhentos crimes desta natureza foram registrados em Alagoas

Os números de violência contra a mulher no Brasil chamam a atenção pelo aumento registrado nos últimos 12 meses. Segundo um levantamento divulgado pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. 

Dentro de casa, a situação não foi necessariamente melhor. Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico. Após sofrer uma violência, mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda. 

Pela internet a violência também ocorre e pode perdurar ainda mais. Segundo o delegado que responde pela Seção de Crimes Cibernéticos da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic), Thiago Prado, as vítimas deste tipo de violência são, em sua maioria, do sexo feminino. “Enquanto as jovens sofrem com a exposição e compartilhamento ilegal de suas imagens íntimas feitas por seus ex-companheiros, mulheres maduras são extorquidas por golpistas que conheceram através das redes sociais”, explicou durante entrevista ao Balanço Geral Alagoas.

Ainda segundo o delegado, também há diferença entre os objetivos dos criminosos. “Enquanto o primeiro quer difamar a ex por vingança, o outro deseja obter alguma vantagem financeira da vítima”, esclareceu Prado. “O conselho para quem usa as redes sociais é ter cautela quanto ao material compartilhado e, no caso de relacionamentos, prestar atenção nas contradições durante as conversas antes de enviar fotos íntimas”.

Crimes

Uma das estratégias usadas pelos criminosos é criar perfis falsos para divulgar imagens das vítimas. “É um engano pensar que não será localizado por manter um perfil fake nas redes. Com uma investigação apurada é possível localizar o criminoso e prendê-lo”, advertiu Thiago Prado. “A pena para quem comete vingança pornográfica varia de um a cinco anos de prisão, podendo ser agravado por outros crimes como perseguição e cyberbullying”, explicou. “Já tivemos dois suicídios no Brasil por conta de palavras de ódio deixadas nos perfis sociais das vítimas”, observou o delegado.

Um dos casos solucionados pela Deic só localizou o acusado graças a uma minunciosa investigação. “O casal costumava gravar vídeos íntimos em motel. Quando o relacionamento acabou, foi criado um perfil falso onde esses vídeos foram compartilhados. Mesmo negando que tinha cometido o crime, conseguimos rastrear o ex-companheiro da vítima e puní-lo. Ele foi indiciado por vingança pornográfica”, contou Prado.

Onde denunciar

Caso a mulher queira denunciar possíveis abusos, deve procurar as unidades de Delegacia da Mulher em Maceió ou, em casos mais específicos, a sede da Deic, no bairro de Santa Amélia, também na capital.

 

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