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O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) diz ter identificado uma mancha de óleo, na região sul da Bahia, com 55 km de extensão e 6 km de largura, a uma distância de 54 km da costa do Nordeste. O pesquisador Humberto Barbosa, da Ufal, levantou a hipótese de a poluição nas praias ter sido causada por um “grande vazamento em minas de petróleo”. A Marinha nega relação entre as imagens e o petróleo nas praias nordestinas.

Nesta quarta, o jornal “O Globo” divulgou outro estudo, feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que também identificou uma mancha próximo ao sul da Bahia, que parece ser de óleo. Tanto a Ufal como a UFRJ analisaram imagens de um satélite europeu.

Toneladas de petróleo cru têm poluído praias do Nordeste há 60 dias. Ainda não se sabe o que causou o vazamento ou a origem dele. A partir de análises laboratoriais, a Petrobras concluiu que o óleo foi extraído de três campos da Venezuela. Mas isso não significa que ele vazou de algum deles. O foco da investigação da Marinha são navios-tanque que estiveram na região e passaram pela costa brasileira.

Quebra-cabeça

O pesquisador da Ufal não comentou os testes feitos pela Petrobras sobre o “DNA” do petróleo, mas disse que foi a primeira vez que identificaram uma mancha diferenciada no mar. Segundo ele, imagens de satélite retroativas mostraram fragmentos – muitos deles mais perto da costa do Espírito Santo.

“Durante esse tempo foi uma montagem de quebra-cabeça, até que na segunda [28], descobrimos a peça-chave, foi a primeira vez que observamos uma imagem de satélite que detectou uma faixa da mancha de óleo original, ainda não fragmentada e não carregada pelas correntezas”, diz Barbosa.

Para o pesquisador, a mancha “mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar”. “Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do pré-sal”.

Os fragmentos registrados retroativamente, em menor volume, tinham padrão diferente do que foi detectado no Sul da Bahia. As regiões analisadas pelo pesquisador nas imagens está perto de áreas de exploração de petróleo, conforme mapeamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“As imagens mostram que há pequenas quantidades de óleo espalhadas pelo oceano, motivo porque o Brasil precisa estabelecer um monitoramento mais consistente do oceano. Mas a quantidade de petróleo identificada na imagem de ontem, próximo à Costa da Bahia, é de uma enorme extensão”, afirma.



Marinha diz que mancha não é óleo

Ao G1, a Marinha disse que a mancha que estaria avançando pelo mar da Bahia identificada nas imagens de satélite não é de óleo. Segundo o Grupo de Avaliação e Acompanhamento do problema das manchas de óleo no Nordeste, para chegar a essa conclusão foram feitas quatro análises. Entre elas, a consulta a especialistas da Federação Internacional de Poluição por Petroleiros (ITOPF, na sigla em inglês), o monitoramento aéreo e por navios na região, além das imagens de satélite.

“É importante frisar que a gravidade, a extensão e o ineditismo desse crime ambiental exigem constante avaliação da estrutura e dos recursos materiais e humanos empregados, no tempo e quantitativo que for necessário”, diz trecho da nota da Marinha.

60 dias do surgimento das manchas de óleo

O surgimento das manchas de óleo no Nordeste completa dois meses nesta quarta-feira (30). Uma análise do G1 com base nos balanços divulgados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostra que o pico de novas manchas ocorreu em 21 de outubro e a evolução dos registros ainda não apresenta uma tendência de queda.

A Justiça de Alagoas determinou que a União adotasse medidas concretas para diminuir o impacto da poluição no estado. O Ministério Público Federal de Sergipe disse que a União é “omissa” no combate às manchas e pediu que o ministério do Meio Ambiente adotasse medidas do Plano Nacional de Contingência, que não foi acionado.

Confira os municípios de AL afetados (atualizado pelo Ibama em 28/10/2019):

Feliz Deserto
Maceió
Piaçabuçu
Coruripe
Paripueira
Roteiro
Barra de Santo Antônio
Marechal Deodoro
Passo de Camaragibe
Japaratinga
Barra de São Miguel
Maragogi
Porto de Pedras

 

Por: G1 – AL