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Após a ampla repercussão da reportagem sobre o vídeo em que a personagem Momo teria sido vista no YouTube Kids. ensinando crianças a se suicidarem, como relatou a mãe entrevistada por CRESCER, a discussão sobre a segurança do conteúdo acessado pelas crianças na internet voltou aos grupos de mães e pais. No próprio post em que divulgamos a reportagem em nossa página no Facebook, centenas de leitores relatam que seus filhos também tiveram acesso aos vídeos assustadores, que teriam aparecido no meio de conteúdos inocentes do aplicativo.

Nesta segunda-feira (18), CRESCER conversou por telefone com Cauã Taborda, gerente de comunicação do YouTube na América Latina, para entender o que a empresa tem a dizer aos pais sobre o assunto. O porta-voz garante que os filtros que se aplicam ao YouTube Kids jamais deixariam passar um conteúdo desse tipo, mesmo que “entrasse” de maneira aleatória no vídeo. “Além da análise automática, que existe também no YouTube convencional, no YouTube Kids, contamos com a curadoria humana feita por mais de 10 mil pessoas. Elas, basicamente, pegam o conteúdo que está disponível no YouTube e filtram os conteúdos infantis, certificando-se que, de fato, são adequados para esse público. Só então aquele conteúdo fica disponível para o Kids”, diz. A plataforma é direcionada para crianças de até 13 anos.

O gerente de comunicação também afirma que o conteúdo do YouTube Kids não é passível de ser burlado ou hackeado: “Para que um hacker ou qualquer pessoa mal intencionada possa fazer uma alteração grave dessas nos vídeos já existentes, seria necessário que ela retirasse o vídeo do ar e fizesse novamente o upload no aplicativo. Mas ainda assim ele seria barrado”, garante.

No site do Youtube Kids, consta o seguinte aviso: “Utilizamos uma mistura de filtros e comentários de utilizadores, além de revisores humanos, para que os vídeos no YouTube Kids sejam adequados a toda a família. Porém, nenhum sistema é perfeito e pode deixar passar vídeos impróprios”. Questionado se o vídeo do Momo não poderia ter passado pelo sistema, porém, o porta-voz garante que não. “Esse conteúdo impróprio a que se refere o site diz respeito à linguagem imprópria, tipo de conteúdo que coloca determinado desenho numa outra situação, que não é a habitual dele, ou qualquer outra coisa mais branda, sutil. Nada comparado à imagem explícita e assustadora da Momo”, diz.

YouTube ou YouTube Kids?

Questionado também sobre o fato de tantos pais terem relatado que os filhos teriam visto vídeos da Momo entre os desenhos do YouTube Kids, Cauã argumenta: “As pessoas confundem o que é o Yotube Kids e o que é o YouTube convencional. Se um adulto estiver logado na sua conta do Youtube convencional e procurar por ‘Momo’, poderá, sim, encontrar vários vídeos em que ela aparece. O mesmo poderá acontecer com a criança, caso pegue o tablet ou o celular dos pais, com os apps logados na conta deles”, diz.

Cauã reforça ainda a presença dos pais como aliados no uso do aplicativo. “Mesmo que o conteúdo seja adequado e, portanto, liberado, se o pai julgar que não gosta de determinada animação, por exemplo, ele pode bloquear o vídeo ou até mesmo o canal em questão, atuando, assim, como um curador do conteúdo também”, recomenda.

Questionado ainda sobre as imagens da Momo, que, por si só, podem causar medo, Cauã diz que não se trata de uma imagem de uso proibido. “Barrar todas as imagens desse tipo do YouTube resultaria também em retirar conteúdos jornalísticos, como a própria matéria da CRESCER, caso estivesse na plataforma, além de vídeos explicativos e tantas outras abordagens, que não são nocivas e falam sobre a Momo. Seria não respeitar a liberdade de expressão das pessoas”, argumenta.

Ferramentas disponíveis no YouTube Kids

Enquanto no YouTube convencional basta ir até os três pontinhos, localizados na parte inferior direita do vídeo, para denunciar o vídeo, no YouTube Kids várias filtros ajudam a resguardar o conteúdo que seu filho assiste. Entre eles estão o controle do que as crianças pesquisam, já que os responsáveis podem bloquear o acesso à lupa, inclusive à busca por voz; denunciar o vídeo nos três pontinhos que aparecem no canto superior direito de cada um deles; bloquear o vídeo ou até mesmo o canal. Assim, o conteúdo é removido automaticamente dos perfis. Vale também verificar o histórico de navegação para ficar a par de tudo o que a criança está acessando; além do temporizador, que limita o tempo de tela por parte dos pequenos.

Se seu filho se deparar com um conteúdo desse tipo, peça que ele pause o vídeo. Então, tire um print (foto da tela) e denuncie o conteúdo. Ainda que a ferramenta seja feita para as crianças, a supervisão dos pais ou de adultos responsáveis é indispensável. E lembre-se: se você receber o vídeo, ainda que em outras redes, como o Facebook ou o WhatsApp, não compartilhe. Quanto mais você espalhar, mais chances o vídeo terá de ser visto por uma criança, em qualquer plataforma.
 

Revista Crescer