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A professora de uma escola na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro, gravou as crianças se protegendo de um tiroteio na manhã desta segunda-feira (26).

O vídeo mostra os alunos da Ciep Bento Rubião assustados e encostando nas paredes.

A reportagem do RJTV ouviu tiros e fogos, recursos utilizados pelos bandidos para alertar sobre a chegada da polícia. Na manhã desta segunda, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram cedo na comunidade e uma pessoa foi morta.

No final de semana, oito pessoas morreram na Rocinha baleadas em circunstâncias ainda não esclarecidas. Segundo a Polícia Militar, houve confronto na região conhecida como Roupa Suja entre criminosos armados e policiais do Batalhão de Choque que patrulhavam a área.

Dos oito mortos, quatro tinham passagem pela polícia. Entre os quatro que não tinham antecedentes, está Matheus da Silva Duarte. Ele tinha 19 anos e participava de um projeto social, o grupo de Valsa Noite de Encanto.

“Nós tivemos um confronto que aconteceu com as patrulhas que estão fazendo a ocupação da comunidade da Rocinha. É importante que fique claro para todos que para que entremos em confronto com os marginais daquela comunidade, não é necessário fazer uma operação. Só o fato de estarmos ali no terreno já é motivo para que que eles venham ao encalço dos nossos policiais”, disse Ivan Blaz, porta-voz da PM.

Testemunhas que estavam próximas a um baile funk disseram, no entanto, que os policiais chegaram atirando e jogando gás antes de um suposto confronto.

“A polícia já chegou lá atirando, dando tiro para o alto, jogando gás de pimenta em cima da gente, jogando dentro da quadra. Todo mundo começou a passar mal, correndo. E agredindo muitos moradores, muitos jovens, da minha idade também. Começaram a dar chute, a derrubar no chão, até uma amiga minha também passou mal. E… começamos todo mundo a passar mal, correndo com medo. Porque a gente não sabia o que a gente esperava ali. O que a gente acabou sabendo foi disso, que amigo nosso morreu”, disse uma moradora que não quis se identificar.

Histórico

Em pouco mais de seis meses, mais de 50 pessoas foram mortas a tiros na Rocinha. A maior parte das vítimas era de criminosos, segundo a Polícia Militar. A comunidade está ocupada desde setembro de 2017. As ações permanentes tiveram início logo após a comunidade ter sido invadida por uma facção rival à que comandava o tráfico local. Desde então, segundo balanço divulgado pela PM, 48 criminosos, dois policiais e uma turista espanhola foram mortos. Onze moradores também ficaram feridos nos confrontos.

O balanço da PM indica ainda que desde o dia 18 de setembro foram presos 105 criminosos e apreendidos 22 menores envolvidos com a criminalidade local. As operações policiais têm como saldo ainda a apreensão de 38 fuzis, três submetralhadoras, seis espingardas calibre 12, 66 pistolas, cinco simulacros de fuzis e três simulacros de pistola além de 69 granadas ou artefatos explosivos diversos. Mais de duas toneladas de drogas foram apreendidas.

Blaz disse em entrevista ao RJTV que participam da ocupação na Rocinha cerca de 550 policiais militares. Ele afirmou que não há possibilidade de aumentar esse efetivo.

 

Sobre o saldo de mortos nas ações policiais, Blaz disse lamentar que os criminosos mantenham a ofensiva conta as forças do estado. “Infelizmente os marginais da Rocinha insistem em enfrentar a Polícia Militar”, disse o porta-voz da corporação.

Fonte: G1