Muitas são as críticas ao regime militar ocorrido no Brasil. Entra as maiores, registra-se às que se referem ao cerceamento da liberdade de expressão que foi imposta naquela época, o que também comungamos e também combatemos.
Ficamos perplexos ao perceber que esta prática vem tomando corpo e sendo implantada lentamente em algumas gestões públicas, notadamente em prefeituras de pequenos municípios.
Maior é a perplexidade ao ver que este cerceamento vem partindo de pessoas que em épocas não muito distantes usavam os meios de que dispunha para tecer ferrenhas críticas em oratórias inflamadas e brilhantes.
Ao tomar conhecimento de alguns atos atribuídos a alguns gestores, começamos a sentir alguma preocupação pelos atos de repressão que estão se prenunciando objetivando tolher críticas, comentários e denúncias.
Não bastasse o uso do poder econômico para comprar a consciência de muitos e fazer calar os menos afortunados que de algum modo dependem de recursos ínfimos para sua sobrevivência, numa segunda fase surgem ameaças por meio de processos judiciais e perseguição, uma forma inequívoca de intimidação.
Essas práticas causam preocupação por serem prenúncios de que uma mídia bem paga e o silêncio de possíveis opositores possam substituir a expressividade de boa administração refletida em atividades e empreendimentos que levem à população um padrão de vida mais satisfatório.
Seria uma tentativa de implante de nova ditadura?
No meu parco entendimento, o simples fato do tentar omitir e principalmente de fazer calar quem tenta criticar, denunciar ou tornar público atos supostamente espúrios, deixa nas entrelinhas uma velada confissão de culpa. É o medo que a população tome conhecimento dos reais propósitos.
Apontar os erros, mostrar deficiências e denunciar possíveis irregularidades de uma administração é, acima de tudo, uma forma de transparecer a realidade e ajudar a combate-la ou corrigi-la. E essas situações deveriam ser aceitas com gratidão e não com repressão. Isto faz parte do processo democrático.
Não sou oposição a nenhum governo, como já tenho repetido reiteradamente pelos meios de comunicação que disponho. Entretanto sou oposição a qualquer ato, ou sequer tentativa, que vise o burlar a lei e, principalmente, aqueles atos que envolvam a usurpação do erário causando danos imensuráveis ao povo.