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Excentricidade ou extravagancia? Desculpa dada para as reações da maioria dos brasileiros ante acontecimentos escabrosos que os rodeiam reagindo como se a situação caótica por que passa o país não lhe dissesse respeito.

Uma pesquisa razoavelmente recente abordando a opinião do eleitor brasileiro sobre corrupção e ética, revela conclusões alarmantes.

Pelos resultados, 69% dos eleitores brasileiros já infringiram alguma lei ou descumpriram alguma regra contratual, consciente e intencionalmente, para lucrar de alguma forma.

Na mesma pesquisa ainda foi constatado que 75% cometeriam alguns atos de corrupção se tivessem oportunidade. Ainda, 99% dos entrevistados disseram que conhecem alguém que já tentou dar uma grana para se livrar de uma multa, que sonegou impostos, recebeu benefícios do governo, mesmo sabendo que não tinha direito a eles, que adquiriu documentos falsos ou falsificou documentos para obter algum tipo de vantagem, fez ligação clandestina ou “gato” de TV a cabo, de água ou luz, pegou ou consumiu produtos em estabelecimentos comerciais sem pagar, apresentou atestados médicos falsos no trabalho ou na escola, comprou algo sabendo que é roubado, adquiriu ou falsificou atestado de saúde para conseguir aposentadoria precoce, entre outros ilícitos.

Outro dado apurado foi que aproximadamente 59% dos entrevistados aceitariam algum tipo de corrupção de seus governantes e afirmaram que ele mesmo, na posição do eleito, exerceria algum tipo de corrupção.

O mais intrigante é que a classe mais prejudicada pela corrupção é aquela que mais aceita com normal os atos ilícitos dos políticos, enquanto a minoria esclarecida repudia veementemente essa prática.

Essa maioria de brasileiros é a que toma conhecimento de um escândalo pela mídia e simplesmente diz “é uma ladroíce”, ouve falar sobre o roubo do político e fala “que vergonha”, sofre na fila do INSS e dos hospitais e só reclamam com timidez “um absurdo”, sabem dos bate-bocas dos políticos que ganham sem trabalhar e comentam “que baixaria”. Ou seja, essa mesma classe humilde, que vive à míngua por falta de educação, que morre por falta de saúde, que treme e chora de medo por falta de segurança é a que aceita passivamente a bandalheira e parece estar se ultimando sem forças para reagir.

Qual seria o remédio para transformar esses conterrâneos passivos em ativistas que tivessem a coragem de pacificamente dar um grito de ‘basta’ contra os escândalos, a corrupção e o que é pior, o deboche dos que zombam de sua inocência? Busco uma resposta, mas até agora nada! E não aceito a excentricidade ou extravagância como justificativa para essa passividade e analfabetismo político alimentado pelos próprios políticos.