Mais um capítulo de nossas vidas se encerra e agora nos preparamos para mais 365 páginas em branco de história para preenchermos.
Tivemos um ano tumultuado com grandes mudanças na política, inúmeras tristes e vergonhosas revelações e possivelmente pouco a celebrar.
Entre as celebrações podemos enumerar a descoberta das atrocidades cometidas por seres que se dedicaram à corrupção na vida pública e que, espera-se, estejam tendo seus dias contados. São crimes hediondos que não se limitam a meros desvios do erário pelas propinas e malversação de recursos públicos.
Pior que a vergonha de ver nosso país sendo ridicularizado no mundo são as consequências desses crimes que têm uma amplitude muito grande, pois se estendem à morte de inúmeros seres que foram tolhidos de atendimento na saúde por falta de recursos que a eles poderiam e deveriam ser destinados. Eles também são responsáveis por inúmeras mortes causadas pela falta de segurança que seria da responsabilidade do Estado. Incluem ainda como resultado uma leva de analfabetos que não tiveram a educação que a constituição lhe assegura e que terão uma vida limitada por esta deficiência.
Os recursos desviados têm como consequência ainda uma deficiente infraestrutura, uma pouco assistida agricultura, os inadequados abastecimentos d’água e em tantos outros setores que estão à míngua por falta de recursos que certamente foram desviados para enriquecimento ilícito de políticos mancomunados com empresários não menos corruptos.
A falta de lisura de um país está ligada também à graves problemas como o baixo índice de desenvolvimento humano, mão de obra escrava e infantil, tráfico de pessoas e animais silvestres, destruição ambiental, aumento da ineficiência do sistema político e econômico entre outras mazelas.
Hoje, no ranking mundial, o Brasil está em pior colocação do que nações africanas, como Namíbia e Botsuana. Os escândalos envolvendo a Petrobrás ajudaram a rebaixar o país, que caiu do 69º lugar no ranking anterior para o 76º na edição atual medidos no início do ano.
Para o ano que se inicia apenas podemos desejar a plenitude de luz e graças, rogando ao nosso Deus que ilumine nossos gestores, nosso judiciário e nossos políticos para que possam exercer suas funções oferecendo ao brasileiro um novo caminho, um caminho do bem e da retidão.
