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Ao cair da noite daquela quinta-feira o jornalista Quintino Bocaiúva, preocupado com a situação procura Sólon e juntos decidem que “era tudo ou nada”.

Próximo à meia noite o 1º Regimento de Cavalaria já está em armas.

O Visconde de Ouro Preto e Floriano Peixoto seguem para o Quartel General no Campo de Santana.

Na madrugada de 15 de novembro de 1889, o Tenente-coronel Benjamim Constante, ao saber da decisão dos oficiais da 2ª Brigada de não adiar o levante, arrumou-se e disse: “Preparemo-nos para vencer ou morrer”, mandando, em seguida, seu cunhado, o Tenente Bittencourt Costa à casa de Deodoro e do Major Botelho Magalhães para sublevar os alunos da Escola Militar.

Deodoro a princípio não acredita, mas certificando-se da veracidade do recado levanta-se com dificuldade pois estava acometido de um ataque de dispneia. Farda-se, coloca um revolver no bolso e os arreios do cavalo num saco de lona. Estando muito debilitado não leva sua espada porque seu ventre estava muito dolorido. Dona Mariana, sua mulher, tenta com todos os argumentos o impedir de sair, mas Deodoro pega um “carro” e manda o cocheiro seguir para São Cristóvão.

O Tenente-coronel Benjamim Constant chega antes e dá o toque de reunir a tropa, algo em torno de 600 homens. Partem em direção ao Campo de Santana.

Na altura do gasômetro do mangue, Deodoro encontra a tropa em marcha que o aplaude. Ainda de “carro”, acompanha a marcha até às imediações da Praça 11 de julho, onde desce e manda o Capitão Goldofim para, com mais oito homens, fazer o reconhecimento do Campo de Santana.

Lá o Capitão encontra as forças leais ao governo: Polícia, Marinha, Bombeiros e alguns homens do Exército, mas em posição de descanso.

proc-rep-proclamacao_da_republica_1893-benedito_calixto Ao saber da situação, Deodoro, com extrema dificuldade, monta num cavalo e ordena que a tropa avance. Quando passou pelo portão do Ministério da Guerra, e diante da hesitação da Polícia e Marinha em dar combate, o marechal acenou com o quepe e ordenou às tropas que se apresentassem. As tropas se perfilaram e ouviram-se os acordes do Hino Nacional.

Às oito horas, apesar das ordens do Ouro Preto que se encontrava no 1º andar do Quartel General, os mais de dois mil homens aderiam ao movimento ou simplesmente nada faziam. Deodoro manda o Tenente-coronel Silva Teles conferenciar com Ouro Preto, mas este rejeita a proposta.

proc-rep-atentado-contra-a-vida-do-barao-de-ladarioJosé da Costa Azevedo, o Barão de Ladário, Ministro da Marinha, vem chegando no carro ministerial e Deodoro ordena sua prisão. Ladário puxa uma pistola e atira. Erra. Atira novamente, mas os Tenentes Müller e Adolfo Pena também atiram. Deodoro grita: “Não matem esse homem! ”, mas o Barão tomba com dois tiros (um deles na região glútea) e uma coronhada. Foi socorrido recuperando-se posteriormente.

Deodoro, com a ajuda do sobrinho, Capitão Pedro Paulino Fonseca Galvão entra no QG.

Segundo o alferes mato-grossense Cândido Rondon, o Marechal ao entrar no prédio gritou – “Viva a sua Majestade, o Imperador”. Junto a Floriano Peixoto se dirige ao 1º andar e diante do silêncio de todos fala se dirigindo a Ouro Preto: “Vossa Excelência e seus companheiros estão demitidos por haver perseguido o Exército. Os senhores não têm, nem nuca tiveram Patriotismo”. Falando ainda sobre a Guerra do Paraguai, determina a prisão de Ouro Preto e de Cândido de Oliveira, Ministro da Justiça e posterior deportação. Deodoro conclui sua fala e diz: …quanto ao Imperador, tem minha dedicação… seus direitos serão respeitados e garantidos.

Atendendo a pedidos de Floriano, Deodoro liberta os dois ministros da prisão e desce do prédio recebendo a aclamação de todos.

Um oficial mais exaltado dá vivas à República e Deodoro rebate: “Descanse, nossa causa triunfou”. Diante de outro viva volta a falar: “Deixe ou povo essa manifestação” e toma a dianteira da tropa em direção ao Arsenal de Marinha.

Mesmo com dificuldades, constata que tudo está bem e ordena aos regimentos que voltem aos quartéis e volta para casa.